Número de emplacamentos se mantém em relação a setembro.
A venda de carros importados por marcas não instaladas no Brasil ficou
estável em outubro, na comparação com o mês anterior. Foram emplacadas
9.032 unidades, apenas 0,1% a menos do que em setembro. Na comparação
anual, porém, houve queda de 32%, mesmo percentual registrado no
acumulado de 2012, frente aos 10 primeiros meses de 2011. Os números
foram divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras de
Veículos Automotores (Abeiva) na última sexta-feira (9).
De janeiro a outubro foram vendidos 111.759 carros importados pelas
marcas representadas, ante 165.117 unidades em igual período de 2011. O
presidente da Abeiva, Flavio Padovan, da Jaguar Land Rover, comemorou
que, ao menos, o número de emplacamentos parou de cair.
Assim, a associação refez a projeção para o fechamento de 2012,
esperando um recuo menor nas vendas. “A tendência é fechar o ano com 130
mil unidades [emplacadas], 10 mil a mais em relação à estimativa
anunciada ao longo do ano”, estima Padovan. "Mas, ainda assim, o
acumulado do ano vai mostrar um queda de 35% ante o desempenho de 2011,
quando emplacamos perto de 200 mil unidades."
Novo regime
Padovan diz que as empresas já se
preparam para as novas regras do governo federal que valerão a partir do
ano que vem. "Depois do impacto inicial da publicação do Decreto
7.819/2012, que regulamenta o Programa Inovar Auto [novo regime
automotivo], montadoras locais e importadoras procuram se acomodar às
novas realidades de mercado, antecipadas já para este último trimestre
do ano. Obviamente as dificuldades mais evidentes recaíram sobre o setor
de importados", afirma.
O novo regime automotivo
é um conjunto de regras do governo para as empresas que fabricam e ou
comercializam carros no país, que valerá de 2013 até 2017. Ele prevê que
as marcas que apenas vendem automóveis tenham direito a uma cota isenta
do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), decretado
em dezembro passado para todos os carros.
Foi esse aumento de 30 pontos percentuais no IPI que, somado à alta do
real sobre o dólar, fez as vendas dos importados despencarem neste ano e
a cota criada com o novo regime permitirá um certo alívio para essas
empresas, que, no entanto, criticam o teto de 4.800 carros ao ano por marca, que, para as que mais importam, é considerado baixo.
O governo já começou a habilitar as empresas para o novo regime: em
troca das vantagens, elas precisarão seguir determinadas regras.
No caso das importadoras, será necessário ajudar no financiamento de pesquisas de tecnologia, entre outros esforços.
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