Conteúdos armazenados na nuvem e maior envolvimento de usuários conectados darão o tom da Copa e das Olimpíadas do Brasil
Amsterdã - A massificação da banda larga móvel e de dispositivos conectados aliada a diferentes tecnologias de
transmissão tornaram os espectadores participantes ativos das
Olimpíadas de Londres deste ano, e os resultados alcançados por lá já
dão um indício do que esperar para o Brasil durante a Copa do Mundo de
2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016.
Números apresentados na manhã deste sábado, 8, durante a IBC 2012, em
Amsterdã mostraram que as Olimpíadas de 2012 não foram apenas os jogos
do vídeo e das redes sociais, mas também das transmissões em 3D, Super
Hi-Vision e conteúdos armazenados na nuvem para transmissão simultânea
de broadcast, Internet e mobile.
O diretor comercial da Deltatre Media, Jim Irving, lembrou que o
streaming de vídeos dos jogos olímpicos começou ainda em 2008, em
Pequim. “De lá para cá, a quantidade de streaming passou de 625 horas
para 2,5 mil horas em 2012 e a quantidade de tweets cresceu de 6 milhões
em 2008 para 500 milhões em Londres”, compara. No mesmo período de
comparação, a quantidade de page views do site oficial dos jogos
originados em dispositivos móveis passou dos apenas 3% registrados em
Pequim para 55% em Londres.
“Outro dado interessante é que enquanto a média de visitas no site
oficial durante os jogos variou de 8 a 30 minutos, no DIVA, nosso online
vídeo player, a média foi de 45 a 60 minutos. As próximas Olimpíadas
serão uma boa oportunidade para monetizar a plataforma com anúncios”,
avalia Irving.
Nuvem
Stephen Streater, CEO da Forbidden Technologies, lembrou que cada vez
mais a nuvem será relevante não apenas para armazenar os conteúdos a
serem distribuídos simultaneamente para múltiplos dispositivos, como
broadcast para TVs, Internet, smatphones e tablets, mas também para a
própria edição dos conteúdos. "Durante os Jogos Olímpicos foi feito o
upload de mais de 2 milhões de horas de conteúdo na nossa plataforma de
vídeo profissional baseada na nuvem."
3D e Ultra HD
De acordo com o CTO da Panasonic, Eisuke Tsuyuzaki, o projeto e
implantação da estrutura para transmissão em 3D dos jogos de Londres
levou apenas 18 meses. “Usamos três caminhões e 30 câmeras e foi a maior
quantidade de conteúdo 3D já distribuída globalmente”, conta. Só nos
EUA, ao final de 2011, havia 7 milhões de TVs 3D e 3,5 bilhões de filmes
3D vendidos.
Na visão de Tsuyuzaki, a experiência de assistir às Olimpíadas em 3D trouxe o espectador mais para perto do espetáculo.
Já a emissora japonesa NHK inaugurou em Londres as transmissões em
Ultra-HD 4K no padrão que estão desenvolvendo com o nome de Super
Hi-Vision (SHV). “A intenção é fazer com que a audiência sinta como se
estivesse realmente lá. Gravamos em altíssima resolução, com menos
cortes, ângulos mais amplos e movimentos de câmeras mais lentos”,
explica o engenheiro sênior de pesquisa da NHK, Kimio Hamasaki. Para
ele, o SHV abrirá um novo mundo de negócios de conteúdo.
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