Movimento do fim de semana, o primeiro após o pacote de incentivos, teve aumento de até 150% nos negócios em relação aos anteriores
SÃO PAULO - O mercado de veículos reagiu no fim de semana, o primeiro
após o pacote de incentivos ao setor automotivo anunciado pelo governo
dia 21. Montadoras que realizaram feirões calculam aumento de até 150%
nos negócios em relação aos finais de semana anteriores, apesar do
descontentamento de muitos consumidores. Eles reclamaram da
desvalorização do preço do usado e da exigência, ainda alta, do
porcentual de entrada para o financiamento, em média de 50% do valor do
bem a ser adquirido.
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Fiat e General Motors reportaram vendas de cerca de 2 mil veículos
cada uma no sábado e no domingo, em São Paulo. Nos finais de semana
anteriores, as vendas estavam na faixa de 800 unidades.
O gerente de varejo da Ford, Ivan Nakano, disse que as vendas da
marca em todo o País "mais que dobraram neste primeiro final de semana,
quando comparadas à média observada nos finais de semana anteriores".
Segundo ele, além da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), "a Ford contou com descontos adicionais, crédito facilitado e
taxas atrativas, o que contribuiu para o bom desempenho".
A Volkswagen registrou aumento de 30% nas vendas na Grande São Paulo,
em comparação com o último feirão realizado nos dias 14 e 15 de abril.
O governo zerou o IPI dos automóveis com motor 1.0 e reduziu à metade
o imposto para modelos de maior potência. As montadoras se
comprometeram em reduzir a tabela de preços em mais 2,5%. Na soma, as
empresas informaram que houve queda de 7% a 10% do preço final dos
automóveis. Já os bancos se comprometeram em reduzir o valor da entrada,
os juros e a alongaram prazos de pagamento, o que não foi verificado em
muitas lojas.
Vendas preliminares. A Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea) só deve divulgar um balanço do impacto
das medidas nas vendas de veículos no anúncio mensal da indústria
automotiva, previsto para a próxima semana.
Números preliminares com base em dados do Denatran mostram que foram
licenciados em todo o País, até sexta-feira, 240,4 mil veículos, dos
quais 229,7 mil são automóveis e comerciais leves. O número, que ainda
não inclui os resultados do fim de semana, representa aumento de 2,5% em
relação a igual período de abril, que teve um dia útil a mais. Na
comparação com maio do ano passado, com registros de 265,4 mil veículos
até o dia 27, houve queda de 9,4%.
Para o consultor da Carcon Automotive, Julian Semple, as vendas de
carros novos deverão crescer 10% ante abril. Segundo ele, até ontem a
média diária de emplacamentos estava ainda 2% acima da média diária de
abril.
"Mesmo que o governo não tivesse tomado nenhuma medida, as vendas de
veículos em maio seriam superiores às de abril. A queda no mês passado
tem muito do total de dias úteis, que foram 20 contra 22 em maio", disse
Semple.
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