sexta-feira, 20 de abril de 2012

Honda City 2013 muda pouco, mas corta versões e preços

A Honda iniciou o ano em que completa 15 anos de Brasil com o lançamento do Civic 2012, primeiro modelo da marca produzido no país e que, em sua nona geração, mostrou mudanças de conteúdo consideráveis em relação à anterior, embora não tenha atingido aprovação unânime -- principalmente no que se refere ao seu visual, pouco alterado.


Há pouco mais de um mês foram apresentados o
CR-V 2012, bastante diferente e importado do México, e o Fit 2013, fabricado em Sumaré (SP) desde 2003. Enquanto o crossover efetivamente mudou de geração, no hatch apenas pequenas alterações estéticas foram feitas.

Agora chegou a vez do Honda City 2013, terceiro modelo a ser produzido pela marca no Brasil (desde 2009). Como era de se esperar, o carro que carrega o rótulo de "Fit sedã" -- embora mais completo -- seguiu o exemplo do "irmão menor" e, em sua primeira reestilização em três anos de Brasil, também não mudou muito, apresentando apenas um face-lift externo e a inclusão de itens de conforto e segurança em novas versões.


A Honda divulga que, para acompanhar a padronização mundial do modelo, o novo City teve 344 itens modificados. Visualmente, porém, o que se observa externamente, em qualquer das suas versões, são apenas os novos parachoques dianteiros e traseiros, a grade cromada sobre a maior entrada de ar frontal e novos faróis, lanternas traseiras e rodas. Itens que tipicamente sofrem alterações numa reforma de meio de ciclo.


Na parte interna, além do painel à parte com informações sobre autonomia, consumo instantâneo, consumo médio, hodômetro parcial e hodômetro total, o que muda é apenas a cor da iluminação do painel de instrumentos que passa a ser azul, e a cor do painel central, de prata para grafite.


A capacidade do tanque de combustível, a exemplo do Fit 2013, cresceu de 42 para 47 litros, aumentando a autonomia. O motor continua sendo o i-VTEC Flex (com controle variável nas válvulas) de 1,5 litro, com 115 cv a 6.000 rpm (gasolina) e 116 cv a 6.000 rpm (etanol) e torque de 14,8 kgfm a 4.800 rpm.


De resto, o novo City é praticamente o mesmo do ano-modelo anterior: câmbio manual ou automático de cinco marchas, sistema de som com rádio CD-Player (MP3/WMA) e entrada auxiliar (P2/USB, menos na versão DX), regulagens de bancos e volante manuais, bancos traseiros reclináveis (fora a versão DX), porta-malas com capacidade para 506 litros, air bag frontal para motorista e passageiro etc. Clique aqui para
ficha e lista de equipamentos.

Detalhes do City 2013

Foto 8 de 23 - Versão EX, agora top, ganhou novas rodas 16", bancos de couro, tweeters nas colunas e hastes para mudar marchas Murilo Góes/UOL
O que muda de verdade no Honda City é o número de versões (acabamento/conteúdo mais transmissão): eram oito, agora são apenas quatro: DX (manual), LX (manual e automático) e EX (A/T), extinguindo-se , portanto, a versão EXL.

No pacote de equipamentos, a DX continua sendo a de entrada, oferecendo apenas câmbio manual e freios dianteiros a disco e traseiros a tambor. A LX, além de oferecer a opção pelo câmbio automático, possui sistema de freios ABS (antiblocante) e EBD (distribuidor de força de frenagem). Em ambas versões o sistema de ar-condicionado é manual -- mas a LX também passa a contar com sensor de estacionamento (apenas traseiro) e rodas de liga leve de aro 15 com novo desenho.

Na versão EX, que passa a ser topo de linha, além do sensor traseiro foram incluídos tweeters nas colunas das portas dianteiras, bancos de couro, novas rodas de aro 16, maçanetas e ponta de escape cromadas, ar-condicionado digital e hastes para troca de marchas atrás do volante -- itens antes encontrados na extinta versão top EXL. Uma versão EX manual fica no banco de reservas: ela poderá ser produzida de acordo com a demanda do mercado.

Seguem os novos preços do modelo:

City 2013 DX 1.5l 16V Flex Manual (M/T): R$ 53.620
City 2013 LX 1.5l 16V Flex Manual (M/T): R$ 58.990
City 2013 LX 1.5l 16V Flex Automático (A/T): R$ 62.190
City 2013 EX 1.5l 16V Flex Automático (A/T): R$ 66.855

Tomando como referência a tabela de preços sugeridos pela própria Honda em seu site oficial do City ano-modelo 2012, na quinta-feira (19) para regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a versão DX manteve o mesmo valor. A versão LX manual teve um aumento de R$ 1.570, e a dotada de câmbio automático subiu apenas R$ 890, mesmo com os novos itens de conteúdo.

Na versão EX, surpreendentemente, a variação teve sentido contrário, isto é, para baixo. E não foi pouco. O City EX também mantém o valor do ano-modelo 2012 (o EX A/T valia R$ 66.855), mas agora teve incorporados todos os itens de série da extinta EXL, que tinha preço sugerido de (inacreditáveis) R$ 72.625. Sendo assim, o City EX 2013, agora o novo topo da linha, incorpora um "desconto" de R$ 5.770 em relação a versão topo do modelo anterior (EXL).

Mas, apesar disso, o City continua sendo um carro caro, com valores mais próximos dos sedãs médios que dos compactos, segmento a que pertence. O próprio Honda Civic, em sua versão de entrada, tem preço sugerido pela montadora em R$ 69.900, enquanto o novato Chevrolet Cruze parte dos R$ 67.900.

BRIGA COM QUEM
Recheado de equipamentos para adquirir a aura de premium, o City continua a rivalizar com Ford New Fiesta, Volkswagen Polo, Fiat Linea, Kia Cerato e agora também com o novo Chevrolet Cobalt (em breve com câmbio automático), que assumiu a liderança de vendas entre os sedãs compactos em janeiro deste ano e se mantém nela até o momento -- seguido, justamente, pelo City.

Em março, por exemplo, dados da Fenabrave (federação das concessionárias) apontam o Cobalt com 6.062 unidades vendidas (muitas delas para taxistas), contra 1.884 do City e 795 do New Fiesta. A provável chegada da quarta geração do Hyundai Accent poderá deixar a disputa no segmento ainda mais acirrada.

A Honda, porém, parece não se sentir preocupada ou ameaçada. Afinal, o City já alcançou mais de 76 mil unidades comercializadas no Brasil nos três anos em que aqui é produzido, e está sempre entre os líderes de vendas no segmento. Talvez isso explique a manutenção do modelo sem grandes alterações, seguindo a máxima de que "em time que está ganhando não se mexe".

A própria apresentação do carro à imprensa especializada, realizada na semana passada, deu pistas disso: em vez de um test-drive digno do nome, a Honda ofereceu o que preferiu chamar de "experimentação": apenas uma volta em cada uma das versões do veículo na pista de testes da fábrica, em Sumaré, com cerca de 3 km de extensão. Ou seja: não há o que testar naquilo que já é conhecido.

Viagem a convite da Honda do Brasil

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