terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Maior feira mundial de tecnologia quer voltar a surpreender

A maior feira mundial de tecnologia exibirá laptops finíssimos, novos e poderosos celulares inteligentes e requintados televisores de telas planas, mas a conversa nos grandes pavilhões da CES (Consumer Electronics Show), que começa nesta segunda-feira, pode girar em torno futuro do evento.

A Apple, que dita a agenda do setor de bens de consumo eletrônicos há uma década, nem mesmo participa da feira. A Microsoft, que tenta desesperadamente alcançar a rival, fará sua última participação. Já há alguns anos a CES, realizada em Las Vegas, perdeu sua capacidade de surpreender.

Frederic J. Brown/France Presse
Pessoas testam uma tela sensível ao toque de 43 polegadas da 3M antes da abertura da CES
Pessoas testam uma tela sensível ao toque de 43 polegadas da 3M antes da abertura da CES
"Há muito falatório. As promessas são muito mais ambiciosas do que aquilo que as empresas entregam", disse Todd Lowenstein, gerente de carteira da HighMark Capital Management, que tem diversas ações de tecnologia. "Só me interesso pelo evento porque surgem lá informações que podem movimentar o mercado; mas isso acontece raramente".
Os dramáticos e vistosos lançamentos de produtos orquestrados por Steve Jobs vieram a dominar o popular mundo da tecnologia, e os rivais procuram copiá-los longe do alarido da CES.
A Microsoft, que tenta recuperar o controle da tecnologia perdido para a Apple e para o Google, há muito alegava que a CES, realizada no começo de janeiro, não se enquadrava bem ao seu cronograma de lançamentos, o que significa que a companhia sempre tinha pouco a comunicar na palestra principal do evento, feita durante anos pelo presidente-executivo Steve Ballmer, e antes dele pelo cofundador da companhia, Bill Gates.
QUAIS SÃO AS NOVIDADES?
Este ano, os lemas parecem repetir os do ano passado, entre os quais "conectado", "sempre ligado" e "reconhecimento por voz", quer seja em celulares e tablets novos e mais poderosos, quer em carros ou até mesmo relógios.
A mais recente safra de laptops finos e leves, que a Intel designou como "ultrabook", deve dominar a seção de hardware, com fabricantes como Toshiba, Asustek e Lenovo.
No extremo oposto do pavilhão, os mais recente televisores de alta definição e com acesso à internet oferecidos pela Sony, Panasonic, Sharp e LG também atrairão as multidões.
A fabricante de celulares Nokia está se preparando para se reapresentar à audiência dos Estados Unidos, com novos celulares acionados pelo mais recente sistema operacional Windows.
Os tablets podem perder destaque depois de dominar o evento no ano passado, porque os fabricantes ainda não se recuperaram das derrotas sofridas diante do rival dominante, o iPad, da Apple.
Aparelhos de baixo consumo de energia, dotados de sensores e conexão permanente com a internet --sejam celulares, sejam aparelhos menores ocultos em seu carro ou em seu pulso-- serão o tema da feira, parecem concordar os observadores de tecnologia.
A CES, que começou em 1967 em Nova York, serviu de plataforma de lançamento para o videocassete, a câmera de vídeo com gravador integrado, o DVD, o HDTV e muitos outros desenvolvimentos cruciais no segmento.
Já faz algum tempo que a feira não apresenta invenções capazes de mudar o mercado, mas continua a ser popular junto aos exibidores do setor de tecnologia e aos consumidores, ainda que possa sofrer queda de público neste ano.
A 2012 International CES --seu título completo-- se tornará a segunda maior de todos os tempos, com mais de 2,7 mil exibidores espalhados por seu espaço de exibição de 160 mil metros quadrados. A maior CES de todos os tempos foi a de 2008, com 165 mil metros quadrados de espaço pago de exibição.
Empresas que participam do evento tendem a fazer reservas para comprar espaço para o próximo ano durante o evento, ou pouco depois, e a CES vai logo descobrir o que será do ano que vem.

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