Um mês antes, o IGP-M tinha registrado deflação de 0,07%, informou a FGV
RIO - A deflação chegou ao fim na segunda prévia do IGP-M, que subiu 0,22% em janeiro após cair 0,07% em dezembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE-Projeções (de 0,05% para 0,30%), mas acima da mediana das expectativas (0,20%).
A inflação de janeiro deste ano está bem longe da taxa apurada para o mesmo indicador em igual mês do ano passado (0,79%), segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros. De acordo com ele, mesmo com o impacto de reajustes nos preços das mensalidades escolares e alimentos in natura mais caros nesta época do ano, o IGP-M deste mês deve se posicionar bem abaixo do apurado em janeiro de 2011. Na segunda prévia do mês, o índice subiu 0,22%.
Nos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de janeiro, o Índice de Preços no Atacado (IPA-M) caiu 0,04% após mostrar queda de 0,38% em igual prévia do mesmo índice em dezembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) teve alta de 0,81%, contra aumento de 0,59% na segunda prévia de dezembro. Já o Índice Nacional da Construção Civil (INCC-M) registrou taxa positiva de 0,60%, após avançar 0,43% na segunda prévia do indicador de dezembro.
A taxa acumulada do IGP-M é usada no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de janeiro, o IGP-M acumula aumento de 4,50% em 12 meses.
Varejo
A inflação medida pelo IPC-M acumula elevação de 5,87% em 12 meses. A aceleração na segunda prévia do IGP-M de dezembro para janeiro (de 0,59% para 0,81%) foi influenciada principalmente por acréscimos nas taxas de variação de preços em três das sete classes de despesa pesquisadas. É o caso de Alimentação (de 0,84% para 1,46%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,38% para 1,88%) e Transportes (de 0,48% para 0,62%). Em cada uma destas classes de despesa houve fim de deflação e taxas de inflação expressivas em hortaliças e legumes (de -4,96% para 7,63%), cursos formais (de 0,00% para 3,08%) e tarifa de ônibus urbano (de 0,00% para 1,15%), respectivamente.
Em contrapartida, houve desacelerações de preços em Vestuário (de 1,48% para 0,25%), Habitação (de 0,36% para 0,25%), Despesas Diversas (de 0,35% para 0,13%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,57% para 0,48%), no mesmo período.
Entre os produtos pesquisados no varejo, as altas de preços mais expressivas na segunda prévia de janeiro foram apuradas em tomate (17,86%); batata-inglesa (15,60%); e tarifa de ônibus urbano (1,15%). Já as mais significativas quedas de preços foram registradas em limão (-23,80%); passagem aérea (-10,57%); e leite tipo longa vida (-1,02%).
Construção civil
Na construção civil, a inflação no setor medida pelo INCC-M acumula aumento de 7,83% em 12 meses, até a segunda prévia do IGP-M de janeiro. A aceleração na taxa do INCC-M, de dezembro para janeiro (de 0,43% para 0,60%) foi influenciada por mão de obra mais cara (de 0,65% para 0,86%); e aceleração de preços em materiais, equipamentos e serviços (de 0,22% para 0,35%) no mesmo período.
Entre os produtos pesquisados, as mais expressivas altas de preço na construção civil, na segunda prévia de janeiro, foram registradas em ajudante especializado (1,19%); servente (0,80%); e projetos (1,51%). Já as mais expressivas quedas de preços foram registradas em perna 3x3/estronca de 3ª (-1,23%); condutores elétricos (-0,44%); e vergalhões e arames de aço ao carbono (-0,03%).
Expectativas
Para fevereiro, o especialista da FGV espera um arrefecimento da inflação contra janeiro. Isso porque a influência dos reajustes em mensalidades já terá sido captado pelo indicador. Além disso, Quadros considerou que os problemas climáticos que levaram à redução na oferta de in natura no primeiro mês do ano devem ficar concentrados em janeiro.
Na análise do técnico, a inflação medida pelos Índices Gerais de Preços (IGPs) caminha para um "avanço moderado" e novas deflações nas taxas mensais destes índices não são muito prováveis. "É um avanço, mas um avanço moderado. Não estamos falando mais de taxas mensais próximas a 1%, como tivemos no primeiro semestre do ano passado", afirmou.
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