quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Parque Nacional do Iguaçu comercializará cotas de patrocínio

Objetivo é captar R$ 25 mi; unidade é a primeira no país a buscar parceria com a iniciativa privada


O Parque Nacional de Iguaçu (PNI), administrado pela companhia de capital fechado Cataratas S/A, buscará empresas para comercializar cotas de patrocínio. Com o projeto, marcas poderão explorar espaços sob concessão, o equivalente a 3% da área total do parque, além de utilizar imagens do local em sua comunicação publicitária e licenciar produtos inspirados no parque.

O plano de negócio foi elaborado pelas agências Lynx e Cross Marketing, ambas da Holding Clube, e pretende levantar R$ 25 milhões em patrocínio nos próximos três anos. Ao todo, serão comercializadas sete cotas de três modalidades: uma cota “Água”, no valor de R$ 3 milhões por ano até 2014; duas cotas “Onça-Pintada”, de R$ 1,5 milhão por ano; e quatro cotas “Quati”, com investimento de R$ 600 mil anuais. As únicas restrições são empresas que comercializem bebidas alcoólicas e cigarros. “As marcas querem ter agenda positiva com o governo e essa é uma oportunidade”, avalia Tatiana Oliva, diretora geral da Cross.


De acordo com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), responsável por áreas de conservação no Brasil, o Parque de Iguaçu é o segundo mais visitado do país. Só fica atrás do Parque da Tijuca, onde está localizado o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O principal objetivo é captar recursos para transformá-lo em um piloto para o projeto “Parques da Copa”, encabeçado pelo Ministério do Turismo e pela Embratur. “Se pensarmos na unidade para o mundial de 2014, esse é um modelo”, acredita Marcelo Mader, diretor corporativo da Cataratas.


O PNI foi a primeira unidade de conservação a ter um contrato de conceção com a iniciativa privada no país. Em 1999, ela foi concedida para a Cataratas S/A por um período de 21 anos (o contrato segue até 2020). No último ano, o Parque de Iguaçu recebeu 1,2 milhão de visitantes e arrecadou R$ 15 milhões, com visitação, venda de ingressos e com o contrato de concessão.


Segundo Jorge Pegoraro, diretor geral da ICMBio, com o plano de negócio para a captação de patrocínio, o modelo deverá ser expandido para outras unidades com atividade de visitação no Brasil, como o Parque da Tijuca e o de Fernando de Noronha (PE), que também será administrado pela Cataratas S/A. “O desafio é estruturar um projeto para que isso ocorra”, afirma.


Cotas

As cotas devem ser comercializadas no próximo ano. Com o montante arrecadado, o principal objetivo é adaptar o parque para a ser a primeira unidade do gênero totalmente acessível para portadores de necessidades especiais. Também está prevista a construção de um centro de convenções, com capacidade para 250 pessoas, reformular a sinalização, com placas disponíveis em três idiomas (português, espanhol e inglês); a implantação de um sistema de mídia eletrônica, com TVs para restaurantes e ônibus; e serviço mobile, com o qual o usuário poderá baixar, via tecnologia bluetooth, conteúdo sobre trilhas e informações gerais o parque.


por Keila Guimarães

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