Desafiante da Nissan vai para pista com o rival e mostra competência
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Carsale - A nova geração de hatches equipados com motor 1.0 está chegando. Dois integrantes dessa nova leva de populares são Uno e March, que se enfrentam nesse comparativo mostrando que modelos mais em conta podem ter desenho arrojado, espaço e certo conforto a bordo. A nova geração do veterano da Fiat evoluiu, mas o novato desafiante da marca japonesa mostrou que, com a melhor relação custo-benefício e uma diferença considerável a seu favor quando o assunto é desempenho, merece uma vitória apertada. Como a questão do quanto cada um deles pesa no seu bolso está entre as mais importantes na hora da escolha, vamos a ela.
O Uno 1.0 Vivace de quatro portas tem preço mínimo sugerido de R$ 28.490. Mas sua lista de opcionais é enorme. Para deixá-lo com um pacote de equipamentos capaz de dar uma dose aceitável de conforto e segurança seria preciso chegar nos R$ 33 mil, com a inclusão do kit Celebration 5, aquela que inclui ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, limpador e lavador do vidro traseiro, entre outros itens. No caso do March, a lista de extras é bem menor. Básico, o Nissan sai por R$ 27.790, mas passando a custar R$ 31.990 já se tem um carro com direção com assistência elétrica, ar-condicionado, computador de bordo, volante e banco do motorista com regulagem de altura, apenas para citar alguns itens.
Em se tratando de “populares”, qualquer diferença de valor pesa na decisão de compra. Além de já vir de série com duplo airbag (opcional oferecido com freios ABS no Fiat, por R$ 2.419), o March com pacote “Conforto” ainda conta com alguns equipamentos que o rival não pode ter nem como opcional, caso da assistência elétrica da direção e do contagiros no painel de instrumentos, que acaba sendo importante para ajudar no uso dos limitados motores de um litro de cilindrada. Tudo bem que o Nissan poderia ter pneus melhores que os chineses Maxis 165/60R 14 e calotas presas por parafusos, mas, na prática, acaba reunindo uma gama de equipamentos mais interessante que a do concorrente por um preço menor. Com isso, o March sai vitorioso na comparação entre o valor gasto e o que você vai levar para casa.
Dirigindo os dois no trânsito, onde mais se dão bem, o March mostra mais disposição para fazer ultrapassagens e uma dose extra de fôlego para acelerar, mas faz mais barulho que o Uno, com sua suspensão que absorve bem as irregularidades do piso, porém, em contrapartida, exige cautela nas curvas, mesmo com pneus 10 milímetros mais largos (175/65R 14, com sílica que ajuda na economia de combustível). Segundo as medições do Instituto Mauá de Tecnologia, o Nissan vai de 60 a 100 km/h em 14,36 segundos, ante 18,5 s do Fiat, uma boa diferença de quase quatro segundos a favor do March, que também foi bem melhor na aceleração de 0 a 100 km/h (13,8 s ante 16,7 s).
Mas toda essa vantagem foi conseguida principalmente por causa da relação de transmissão mais curta do Nissan (diferencial 4,5: 1 ante 4,3: 1 do Fiat), o que causa maior nível de ruído e mais consumo de combustível por manter o motor trabalhando sempre em níveis mais altos de rotação, dentro da faixa em que rende melhor. Assim, de acordo com as medições do IMT, o March faz 8,6 km/l de etanol na cidade e 13,3 km/l na estrada, ante 9,9 e 14,1 km/l do Uno, respectivamente. Portanto, no capítulo desempenho, o Nissan fica na frente, mas na questão da economia, o Fiat supera o rival. Sim, gastar mais é um agravante para o March, contudo, o carro ainda mostrou um nível aceitável para a proposta de hatch compacto, compensando na vantagem que levou em outros quesitos. O Nissan poderia ter mais eficiência se o motor 1.0, de origem Renault, tivesse taxa de compressão mais alta (apenas 10:1 ante 12,15: 1 do Fiat).
Um deles é o comportamento dinâmico. Nas curvas, o Nissan transmite mais segurança, com menos inclinação da carroceria, e embora tenha engates do câmbio mas ruidosos que os do Fiat , o March se mostra mais ágil nas trocas de marcha, já que o curso da alavanca do Uno é bem longo, fazendo o motor perder mais rotação entre as trocas. Por ter cabeçote de 16 válvulas, o hatch da marca japonesa leva boa vantagem em relação ao concorrente pela maior velocidade em “encher” os cilindros. Prova disso é a aceleração do primeiro quilômetro, partindo da imobilidade, medida pelo IMT. O March precisou de 35,8 segundos para percorrer essa distância na pista, terminando o teste com o velocímetro marcando 143,8 km/h, contra 38,2 segundos e 131,2 km/h, do rival, respectivamente.
Por dentro, o March tem acabamento mais bem cuidado e melhor ergonomia. O principal incômodo do Uno é o acionamento dos vidros dianteiros por botões no painel, quando deveriam estar nas portas. A qualidade do plástico usado em algumas peças internas do Fiat também é um ponto contra. O carro cedido pela marca italiana para as fotos estava com quase 18 mil quilômetros e já tinha alguns itens danificados, como uma das fixações do para-sol do motorista e a grade de proteção do alto-falante da porta do passageiro do lado direito. No Nissan, o quatro de instrumentos é mais completo, mas encontramos dois principais problemas. O primeiro é o painel frontal feito de plástico muito duro, que deixa a impressão de que pode ferir os ocupantes com mais gravidade no caso de acidente. Outro fica por conta dos parafusos da capa da coluna de direção que aparecem ao girar o volante.
Embora tenham o mesmo porte, o March tem entreixos um pouco maior (2,45 metros ante 2,38 m), oferecendo um espaço ligeiramente melhor para as pernas de quem vai sentado no banco traseiro. No porta-malas do Uno vão 280 litros, ante 265 litros do March, mas na prática essa diferença a favor do Fiat é pequena. A contrapartida fica por conta do comando elétrico dos retrovisores externos, algo que o Uno não pode ter nem como opcional. De qualquer forma, a vida a bordo no Nissan é um pouco mais agradável, exceto pelo maior nível de ruído.
Veredicto
Importado do México, o March chegou com boa relação custo-benefício, desenho moderno, custo de manutenção acessível e bom desempenho. Se o acerto do conjunto mecânico fosse melhor poderia ficar mais econômico e silencioso. Mesmo assim, ainda consegue superar o rival da Fiat por uma margem apertada de vantagem. Recém-lançado, o Nissan precisará apenas ter um bom serviço de pós-venda para ter sucesso, o que inclui maior rede e disponibilidade de peças de reposição, quesitos em que o Uno supera o concorrente da marca japonesa com folga.
O Uno 1.0 Vivace de quatro portas tem preço mínimo sugerido de R$ 28.490. Mas sua lista de opcionais é enorme. Para deixá-lo com um pacote de equipamentos capaz de dar uma dose aceitável de conforto e segurança seria preciso chegar nos R$ 33 mil, com a inclusão do kit Celebration 5, aquela que inclui ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, limpador e lavador do vidro traseiro, entre outros itens. No caso do March, a lista de extras é bem menor. Básico, o Nissan sai por R$ 27.790, mas passando a custar R$ 31.990 já se tem um carro com direção com assistência elétrica, ar-condicionado, computador de bordo, volante e banco do motorista com regulagem de altura, apenas para citar alguns itens.
Em se tratando de “populares”, qualquer diferença de valor pesa na decisão de compra. Além de já vir de série com duplo airbag (opcional oferecido com freios ABS no Fiat, por R$ 2.419), o March com pacote “Conforto” ainda conta com alguns equipamentos que o rival não pode ter nem como opcional, caso da assistência elétrica da direção e do contagiros no painel de instrumentos, que acaba sendo importante para ajudar no uso dos limitados motores de um litro de cilindrada. Tudo bem que o Nissan poderia ter pneus melhores que os chineses Maxis 165/60R 14 e calotas presas por parafusos, mas, na prática, acaba reunindo uma gama de equipamentos mais interessante que a do concorrente por um preço menor. Com isso, o March sai vitorioso na comparação entre o valor gasto e o que você vai levar para casa.
Dirigindo os dois no trânsito, onde mais se dão bem, o March mostra mais disposição para fazer ultrapassagens e uma dose extra de fôlego para acelerar, mas faz mais barulho que o Uno, com sua suspensão que absorve bem as irregularidades do piso, porém, em contrapartida, exige cautela nas curvas, mesmo com pneus 10 milímetros mais largos (175/65R 14, com sílica que ajuda na economia de combustível). Segundo as medições do Instituto Mauá de Tecnologia, o Nissan vai de 60 a 100 km/h em 14,36 segundos, ante 18,5 s do Fiat, uma boa diferença de quase quatro segundos a favor do March, que também foi bem melhor na aceleração de 0 a 100 km/h (13,8 s ante 16,7 s).
Mas toda essa vantagem foi conseguida principalmente por causa da relação de transmissão mais curta do Nissan (diferencial 4,5: 1 ante 4,3: 1 do Fiat), o que causa maior nível de ruído e mais consumo de combustível por manter o motor trabalhando sempre em níveis mais altos de rotação, dentro da faixa em que rende melhor. Assim, de acordo com as medições do IMT, o March faz 8,6 km/l de etanol na cidade e 13,3 km/l na estrada, ante 9,9 e 14,1 km/l do Uno, respectivamente. Portanto, no capítulo desempenho, o Nissan fica na frente, mas na questão da economia, o Fiat supera o rival. Sim, gastar mais é um agravante para o March, contudo, o carro ainda mostrou um nível aceitável para a proposta de hatch compacto, compensando na vantagem que levou em outros quesitos. O Nissan poderia ter mais eficiência se o motor 1.0, de origem Renault, tivesse taxa de compressão mais alta (apenas 10:1 ante 12,15: 1 do Fiat).
Um deles é o comportamento dinâmico. Nas curvas, o Nissan transmite mais segurança, com menos inclinação da carroceria, e embora tenha engates do câmbio mas ruidosos que os do Fiat , o March se mostra mais ágil nas trocas de marcha, já que o curso da alavanca do Uno é bem longo, fazendo o motor perder mais rotação entre as trocas. Por ter cabeçote de 16 válvulas, o hatch da marca japonesa leva boa vantagem em relação ao concorrente pela maior velocidade em “encher” os cilindros. Prova disso é a aceleração do primeiro quilômetro, partindo da imobilidade, medida pelo IMT. O March precisou de 35,8 segundos para percorrer essa distância na pista, terminando o teste com o velocímetro marcando 143,8 km/h, contra 38,2 segundos e 131,2 km/h, do rival, respectivamente.
Por dentro, o March tem acabamento mais bem cuidado e melhor ergonomia. O principal incômodo do Uno é o acionamento dos vidros dianteiros por botões no painel, quando deveriam estar nas portas. A qualidade do plástico usado em algumas peças internas do Fiat também é um ponto contra. O carro cedido pela marca italiana para as fotos estava com quase 18 mil quilômetros e já tinha alguns itens danificados, como uma das fixações do para-sol do motorista e a grade de proteção do alto-falante da porta do passageiro do lado direito. No Nissan, o quatro de instrumentos é mais completo, mas encontramos dois principais problemas. O primeiro é o painel frontal feito de plástico muito duro, que deixa a impressão de que pode ferir os ocupantes com mais gravidade no caso de acidente. Outro fica por conta dos parafusos da capa da coluna de direção que aparecem ao girar o volante.
Embora tenham o mesmo porte, o March tem entreixos um pouco maior (2,45 metros ante 2,38 m), oferecendo um espaço ligeiramente melhor para as pernas de quem vai sentado no banco traseiro. No porta-malas do Uno vão 280 litros, ante 265 litros do March, mas na prática essa diferença a favor do Fiat é pequena. A contrapartida fica por conta do comando elétrico dos retrovisores externos, algo que o Uno não pode ter nem como opcional. De qualquer forma, a vida a bordo no Nissan é um pouco mais agradável, exceto pelo maior nível de ruído.
Veredicto
Importado do México, o March chegou com boa relação custo-benefício, desenho moderno, custo de manutenção acessível e bom desempenho. Se o acerto do conjunto mecânico fosse melhor poderia ficar mais econômico e silencioso. Mesmo assim, ainda consegue superar o rival da Fiat por uma margem apertada de vantagem. Recém-lançado, o Nissan precisará apenas ter um bom serviço de pós-venda para ter sucesso, o que inclui maior rede e disponibilidade de peças de reposição, quesitos em que o Uno supera o concorrente da marca japonesa com folga.
Nissan March 1.0 | Fiat Uno 1.o Vivace | |
Posição de Dirigir | ||
Acabamento | ||
Segurança | ||
Estilo | ||
Consumo | ||
Custo/Beneficio | ||
Itens de série | ||
Espaço Interno | ||
Desempenho | ||
Ergonomia | ||
Conjunto mecânico | ||
Conforto | ||
Avaliação Carsale | 3,5 | 3,08 |
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