Instantes após a confirmação do acordo com o governo estadual da Bahia para construção da fábrica no polo industrial de Camaçari (releia aqui), o presidente da JAC no Brasil Sérgio Habib anunciou os planos de médio prazo da fabricante chinesa para o mercado local. O executivo projeta que a economia brasileira seja capaz de absorver um total de 4 milhões de automóveis zero-quilômetro em 2014 (este ano, o país deve consumir cerca de 3,5 milhões de automóveis), patamar que permitiria à JAC saltar dos quase 25 mil carros que deve entregar até o final deste ano de 2011 para 120 mil automóveis no ano da Copa do Mundo.
Além do crescimento esperado para toda a indústria automotiva local, este marco somente será alcançado com a entrega da primeira etapa da fábrica nordestina, que deve empregar diretamente 3.500 trabalhadores em dois turnos de produção para entregar 100 mil carros iniciais e, depois, três turnos para alcançar os 150 mil carros produzidos. Com este patamar, a marca chinesa representaria 3% do mercado, percentual similar ao obtido atualmente pela coreana Hyundai -- esta tem, no momento, 3,3% de participação com um total de 93.520 unidades entregues entre janeiro e outubro de 2011.
NOVO POLO AUTOMOTIVO
- Sérgio Habib (à esquerda), Jacques Wagner e She Cairong assinam acordo para construção da fábrica da JAC em Camaçari.
Primeira unidade de projeto construtivo da marca fora da China chega em 2014 para fazer da Bahia o novo polo automotivo do país.
Até março de 2014, a fábrica da JAC na Bahia deve entregar seu primeiro modelo, um hatch de pouco mais de R$ 40 mil. O segundo produto será um sedã do mesmo porte, a ser entregue até o final do mesmo ano. Nas palavras de Habib, "ambos são sucessores do atual J3", carro que varia de R$ 37.900 em sua versão hatch "completaça" a R$ 39.900 na versão três-volumes.
Ainda segundo o executivo, o modelo já está sendo desenvolvido pelos centros de design da marca na China e na Itália (este último localizado em Turim), mas devem ter sua finalização feita por uma equipe de engenheiros e projetistas brasileiros. Esta "sintonia fina" feita localmente será uma exigência de Habib como sócio majoritário da nova fábrica: "O Brasil tem um nível de exigência maior que o italiano, o francês e o chinês em relação a automóvel. Queremos que o novo hatch e sedã tenham uma cara brasileira e atendam a esta exigência de estilo e conforto", afirmou o empresário.
Embora, num primeiro estágio, o powertrain (motor e câmbio) seja importado da China, os carros da JAC feitos por aqui serão flex com comando variável de válvulas e contarão com estamparia, trabalho de solda, pintura e montagem totalmente nacionais, afirmou o executivo. Numa segunda etapa, que deve incluir a expansão da fábrica a partir de 2016, a fabricação dos motores será localizada e os modelos deverão ganhar também o destino do Mercosul e do México.
O plano atual, porém, não contempla a imediata fabricação por aqui de um veículo menor -- embora rumores apontem para a chegada de um subcompacto para atrair compradores que não conseguem arcar com os custos do J3, algo como um "J2". Também não há ideia de nacionalizar o sedã médio J5, neste momento: o carro que teve sua vinda adiada de 2011 para o começo de 2012, por conta da expansão nos testes e adaptações ao mercado nacional (a exemplo do que ocorreu com o J3), deverá continuar sendo importado da China mesmo após a abertura da fábrica nacional.
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