segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Kia e Porsche cancelam aumento de preços após STF adiar alta do IPI

Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) de adiar, em caráter liminar, o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, a Kia e a Porsche afirmam que cancelarão o aumento nos preços divulgado para outubro, que repassava parte do reajuste do imposto. A elevação de 30 pontos percentuais no IPI estava valendo desde 16 de setembro, quando a medida do governo foi publicada no Diário Oficial da União. Mas, na última quinta-feira (20), os ministros do STF consideraram que ela não poderia valer antes de 90 dias da publicação.

Além da Kia e da Porsche, a Audi havia confirmado aumento nos preços em virtude do IPI maior entre as marcas que não têm fábrica no Brasil, atingidas em cheio pela elevação do imposto, que visa carros importados de fora da Argentina, Uruguai e México.
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) diz que está orientando suas associadas a ressarcir os consumidores para os quais foram vendidos automóveis com preços reajustados de acordo com a alta do IPI. Segundo a entidade, quem pagou mais deverá procurar a concessionária.
Consumidor será ressarcido, diz Kia
Líder em vendas entre essas marcas, a Kia havia anunciado na última sexta (14), um aumento médio de 8,41% nos preços de sua linha para este mês. O compacto Picanto, cuja nova edição foi lançada em agosto, com motor flex, ficaria 12,46% mais caro, na média. A versão de entrada subiria de R$ 34.900 para R$ 39.900, ficando mais longe de concorrentes como o Volkswagen Gol e o Renault Sandero, fabricados no Brasil. O Soul, veículo importado mais emplacado em setembro, teve reajuste de 7,59%.
A sul-coreana diz que voltará a praticar os preços de antes da alta do IPI, cancelando o aumento anteriormente divulgado. A Kia informou que faturou, somente entre os dias 17 e 20 deste mês, 1.993 veículos com o novo IPI. Desse total, 42 unidades foram vendidas ao consumidor final. “A esses clientes, as concessionárias Kia vão ressarcir a diferença de preços entre a tabela vigente até o dia 13 de outubro e a nova divulgada no dia 14 de outubro", afirma a importadora.
"Os compradores deverão procurar as concessionárias, mas – antes – vamos aguardar a publicação da suspensão do decreto”, diz José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors. A montadora aguarda a disponibilização do acórdão pelo STF para ter mais informações de como fazer o ressarcimento.
Gandini diz que, como no mercado brasileiro, a tabela de veículos automotores tem preços sugeridos, “não há como impedir que algumas concessionárias tenham praticado preços acima". Nesses casos, segundo o executivo, a negociação com o cliente é de responsabilidade da loja.
PorscheA Porsche havia anunciado no último dia 2 o reajuste médio de 19% nos preços dos carros da marca de luxo. Ao G1, a assessoria de imprensa da importadora Stuttgart, que representa a Porsche no Brasil, informou que até o dia 15 de dezembro voltarão a ser praticados os preços de setembro. Sobre eventual compensação de clientes que pagaram pelo IPI maior, a importadora afirma que também aguarda a publicação da decisão do STF para saber como proceder.
Audi
Antes de o STF adiar o IPI, a Audi afirmou que havia reajustado em 10%, em média, os preços dos veículos até outubro e ainda decidiria o que fazer dali para frente. Nesta sexta, a marca alemã informou que não vai se pronunciar enquanto a decisão do STF não for publicada.
Até a última quarta (19), um dia antes de o Supremo suspender o aumento, o G1 procurou integrantes da Abeiva para saber que medidas haviam sido tomadas em relação à alta do imposto. De 13 marcas da Abeiva consultadas, só Kia, Porsche e Audi disseram que realizaram reajustes.
Importadoras de Aston Martin, Effa, JAC Motors, Jaguar, Mercedes-Benz, Smart e Suzuki responderam na última quarta que ainda não haviam alterado valores cobrados. A Lifan, que também faz parte da Abeiva, disse que não foi afetada pelo IPI porque os carros são fabricados no Uruguai, que está isento da alta. A BMW afirmou que analisava "a melhor forma de minimizar esse impacto para os consumidores" de sua marca e da Mini. A Chery não se pronunciou sobre preços. Nesta sexta, a Land Rover e a Chrysler afirmaram que não haviam feito reajustes.

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