Imobiliárias como Coelho da Fonseca, Sotheby's e Bamberg ampliam opções de vendas e atraem cada vez mais compradores internacionais
A forte expansão da economia brasileira e a imagem estável que o País tem levado ao mundo já está refletindo entre os investidores estrangeiros, que aumentam aportes e compram mais imóveis por aqui. Este ano, o volume de negociações disparou e as empresas esperam crescer até 400% até 2012.
Para lidar especificamente com esse grupo de compradores, a imobiliária Coelho da Fonseca criou uma diretoria especifica para mediar as negociações. Atualmente a imobiliária registrou uma alta de 35% no número de clientes estrangeiros, sendo 50% norte americanos.
De acordo com a empresa, os locais mais procurados pelos estrangeiros são as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. “Em São Paulo os bairros mais procurados são o Jardins, o Itaim Bibi e o Brooklin. Já no Rio de Janeiro a procura é maior por imóveis em Ipanema e no Leblon”, informa Gabriela Duva, diretora de negócios internacionais.
O perfil do estrangeiro procurando investimento por aqui também já está definido na imobiliária, a executiva conta que, em geral, eles procuram casa com valores entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. “São pessoas físicas ou jurídicas, interessadas em investimento ou casa para morar”, disse.
Quem também viu as negociações imobiliárias disparar foi a Sotheby’s International Realty, braço imobiliário da casa de leilões inglesa. De acordo com a empresa, as vendas devem quadruplicar até o fim do ano, chegando a R$ 400 milhões no País. Já na Bamberg Imóveis o faturamento dos negócios com estrangeiros dobrou no ano passado, quando chegou a R$ 12 milhões, valor que deve novamente crescer 100% este ano.
Para João Crestana, presidente do Sinduscon SP, o crescimento da demanda para estrangeiro é uma realidade no País. “As imobiliárias estão se preparando para melhor atender o estrangeiro, pois esta é uma demanda latente”, disse.
De acordo com José Pinto Almeida, consultor de mercado imobiliário estrangeiro e professor convidado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o estereótipo do comprador estrangeiro no Brasil pode ter muitas faces, mas uma só moeda: o milhão. “Há muitos executivos comprando residência por aqui, uma vez que grandes multinacionais passaram a investir mais no Brasil. Há também os que descobriram o Brasil como ótima casa de verão. Além dos investidores que precisam aplicar seus aportes e agora já escolhem o Brasil.”
No entanto, o valor continua sendo alto. “Raro é ver alguém querendo comprar casa de menos de R$ 1,5 milhão”, diz o consultor, que explica, “Mesmo que não seja em apenas um imóvel. Muitas vezes o estrangeiro vem ao Brasil e compra dois apartamentos de R$ 700 mil”
Outro bom motivo levantado pelo analista para que o Brasil torne-se ainda mais atrativo, e é a valorização dos imóveis por aqui, que tem crescido em níveis a cima da média mundial. “Temos poucos países com retorno a cima de 10% em investimento de imóveis”, diz Almeida.
Da mesma opinião partilha Michael Bamberg, presidente da Bamberg Imóveis, de acordo com o executivo, no Brasil a taxa de retorno média é de 12% ao ano, o dobro da Alemanha. Outro fator de atração é o preço ainda relativamente mais baixo, se comparado ao de outros países no mundo. “Um apartamento médio em Londres, por exemplo, tem o metro quadrado na casa de US$ 15 mil, e isso ainda está a cima do valor médio em São Paulo e Rio de Janeiro, que já estão mais caros que a média nacional”
On-line
Outro fator importante para o crescimento da visibilidade brasileira por estrangeiros são os sites das imobiliárias, que já falam pelo menos quatro línguas e conta com atendimento on-line em diversos idiomas. Na imobiliária Coelho da Fonseca, por exemplo, 5% de todos os acessos do site são feitos por estrangeiros e por isso a empresa resolveu ampliar a gama de opções e apresentar informações em seis línguas diferentes.
Na Itaplan, o volume de vendas para estrangeiros neste ano deve chegar a R$ 150 milhões, o que representará um crescimento de 32% em relação a 2010. Esse valor sobe para R$ 300 milhões, se forem levados em conta os investimentos em incorporações e empreendimentos imobiliários, diz Fábio Rossi Filho, diretor presidente da Itaplan Imóveis.
Na Sotheby’s International Realty, o Brasil é hoje o terceiro país mais consultado em seu site de vendas, atrás apenas de Estados Unidos e Inglaterra e o objetivo é abrir escritórios no Nordeste.
Para o presidente do Conselho de Administração da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil), Felipe Cavalcanti, as imobiliárias Brasileiras precisam se organizar ainda mais para atender essa demanda, que tende a crescer ainda mais. “Temos ai uma perspectiva de pelo menos 50% a mais nos próximos dois anos”, diz.
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