Hoje, uma visita ao site da Ford do Brasil mostra uma gama de veículos de passeio bem enxuta: Ka, Fiesta Rocam, New Fiesta, Focus e Fusion. As picapes Ranger e Courier e o crossover Edge completam a lista, representando o que a Fenabrave chama de “comerciais leves”.
Mas isso é hoje. Quando raiar o sol de 1º de janeiro de 2015, ou no máximo quando se puser o de 31 de dezembro do mesmo ano, três modelos da primeira parte da lista não existirão mais. Estarão mortos e enterrados Ka, Fiesta Rocam e — algo ainda pouco comentado — Fusion.
Tudo isso faz parte da estratégia da “nova” Ford, que naquele ano pretende ter por aqui apenas modelos baseados em plataformas globais. O primeiro deles já chegou: é o New Fiesta, do qual nascerá o novo EcoSport.
Note-se que o fim dos Fiesta Rocam nada tem a ver com a obrigatoriedade de ABS e airbags, que colocou em xeque o futuro de diversos modelos compactos — hatch e sedã podem receber esses equipamentos. A questão é cortar custos, secundada pela necessiade de puxar o emergente consumidor brasileiro para cima.
Se o país sair-se bem da atual crise financeira, que vem cozinhando economias nacionais em fogo brando, a previsão é que nesses pouco mais de três anos estaríamos preparados para, de duas, uma: comprar carros melhores e mais modernos, eventualmente pagando mais caro por eles; ou recusarmo-nos a comprar carros ultrapassados e feios, mesmo que estes sejam mais baratos. O resultado é o mesmo.
Nisso a Ford parece sair na frente, já que a diferença entre New Fiesta e Fiesta Rocam é abissal. Se você tem este e compra aquele, parece estar mudando de planeta.
O Fusion é um caso à parte. Podem chiar, mas é um carro ultrapassado em termos de estilo — veja lá se ele não é uma espécie de Crown Victoria com faróis, lanternas e grades modernosas. A aposta é que o carro seja substituído pelo sedã derivado do conceito Evos, que uns vêem como rascunho de um novo Mustang, mas que também pode esboçar um sedã médio-grande de terceiro volume curto — quase um cupê de quatro portas, que também é tendência mundial.
Outra fabricante forte no Brasil que prometeu uma ampla faxina é a General Motors/Chevrolet, algo que já começou com o Cruze (melhor tradução de um carro global) e deve continuar ainda este ano com o Cobalt. Por outro lado, Fiat e Volkswagen mostram-se confiantes em planos mais conservadores, apesar da aventura da primeira com a Chrysler.
Em outras palavras, quem precisa mostrar serviço são os americanos.
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