Setores de petróleo e gás, energia e mineração são destaque no primeiro semestre, puxado pelo investimento público e obras estrangeiras
Com movimentação de US$ 211,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano, um crescimento de 51% ante os R$ 103 bilhões movimentados no mesmo periodo de 2010, a montagem industrial, ou construção industrial, no Brasil, afasta rumores de desindustrialização e segue otimista para o ano.
“A expectativa é mantermos a média de crescimento do primeiro semestre e fechar 2011 bem acima de 2010”, afirmou Viviane Guirao, diretora-executiva da consultoria ITC, que realizou o balanço do setor.
Entre os destaques do primeiro semestre para a construção industrial, ficaram as áreas de petróleo e gás, energia e mineração que movimentaram, juntas movimentaram US$ 151,4 bilhões, o que representa 71,6% de toda a movimentação na indústria.
“Essas áreas [petróleo e gás, energia e mineração] estão muito fortes, muito pelos incentivos dogoverno federal, mas também em função do crescimento econômico do País e dos aportes estrangeiros que estão chegando”, diz Eduardo Barriel, professor de Engenharia Civil do Ibmec.
E o crescimento de aportes estrangeiros foi o que motivou a Optimum Investimentos a ampliar sua atuação no Brasil, partindo também para a área industrial. Este ano, a empresa veio ao Brasil à procura de boas oportunidades na construção comercial, mas viu na industrial uma boa saída para aportes. “Ainda estamos procurando parceiros, e não descartamos possibilidades, mas o setor industrial acabou deslumbrando um pouco em razão da grande necessidade de obras e ofertas”, afirmou Darius Alamouti, um dos sócios da empresa inglesa.
Na mesma linha a Fontis Capital Group também veio para o Brasil para tentar encontrar boas oportunidades na construção civil. Especializada em mercados emergentes, principalmente na América Latina, a empresa está procurando oportunidade de investimentos no Brasil. “Nosso foco é a Região Norte e Nordeste, e temos muito interesse na área de construção fabril, como bens de consumo, mas também há importante espaço e conhecimento tecnológico para investirmos, por exemplo, em parcerias com mineradoras”, afirmou John Daniel Druckman, diretor da empresa norte-americana.
Parâmetros
Quando o assunto é área construída, o primeiro semestre viu 1,1 bilhão de metros quadrados construídos no Brasil.
O setor que mais construiu, em termos de tamanho, foi o agroindustrial, que atingiu 467 milhões de metros quadrados. “Mesmo não sendo os mais caros investimentos da indústria, o agro industrial é imponente pelo tamanho das obras, que impressionam”, afirmou Guirao.
Comparando o setor em números de obras, o líder são as obras de saneamento básico, que somaram 269 novas obras no primeiro semestre, seguidas das obras do setor de energia elétrica e bens de consumo, com 255 e 210 novas obras, respectivamente.
Outras áreas
As outras áreas da construção civil, divididas em obras comerciais e residenciais, movimentaram no primeiro semestre do ano US$ 94,3 bilhões, o que representa uma alta de 10,5% ante o mesmo período de 2010.
Os números, apesar de não tão otimistas quanto os da indústria, ainda mostram um crescimento acelerado da economia da construção. “É preciso comemorar esse crescimento, poucos são os países no mundo que crescem a passos tão largos”, disse Guirao.
Para o ano que vem a fatia do ramo comercial também deve aumentar. “Com as novas propostas do programa [do governo federal] ‘Minha Casa Minha Vida’, os aportes para residências deverão crescer a cima da média deste ano”, completou a especialista.
Já os imóveis comerciais também deverão ganhar ainda mais destaque com a chegada de grandes players voltados para o segmento de shoppings e centros de compras.
IBGE
O otimismo para o ano também passa pelo segmento residencial, que, durante este ano, deverá ganhar mais 1,5 milhão de novos domicílios, que irão se somar às 67,6 milhões de unidades residenciais que existiam até dezembro de 2010, de acordo com o Ibope Inteligência.
De acordo com o estudo, as regiões que apresentaram maior crescimento médio anual foram Norte (3,24%) e Centro-Oeste (2,9%). A Região Nordeste cresceu 2,5% e a Região Sul, 2%. A Sudeste, por sua vez, cresceu 1,8%, ainda mantendo o bom resultado.
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