quinta-feira, 4 de agosto de 2011

“Velha mídia” é preferência dos mais ricos

Pesquisa da Ipsos aponta que, por mais acesso que tenham às novas tecnologias, as classes altas norte-americanas ainda preferem a TV, os jornais e as revistas

(*) Já não é novidade encontrar textos e opiniões de especialistas que profetizem a morte da mídia impressa. Por mais que espetaculares dados de audiência do Facebook, do Twitter e dos aplicativos disponíveis para tablets não permitam negar o forte impacto dos novos meios na comunicação, as chamadas mídias continuam sendo o núcleo central e primordial o hábito de consumo de mídia da maior parte dos consumidores.

Essa conclusão foi extraída de uma abrangente pesquisa realizada pelo Ipsos ao longo da primeira metade de 2011no mercado dos Estados Unidos. Entre os meses de março e maio, o instituto de pesquisas realizou mais de mil entrevistas online com pessoas pertencentes à classe alta norte-americana (famílias com, no mínimo, US$ 100 mil de renda anual). E o principal dado obtido da análise mostra que os veículos tradicionais ainda são a preferência.

Desse universo de entrevistados, 93% afirmou ler (e preferir) as versões impressas de revistas, enquanto menos de um terço dos entrevistados admitiu acompanhar as publicações pela tela do computador. Sobre os jornais, a preferência pelo papel também é amplamente maior: 86% leêm jornais na versão impressa enquanto 39% prefere consumir as edições digitais em seus computadores e 14% gostam de ler em seus smartphones.

Assistir a programas de TV ao vivo, na própria tela da TV, também é um hábito enraizado na alta sociedade norte-americana. A pesquisa apontou que 94% dos entrevistados preferem acompanhar os programas pela TV, enquanto 23% gostam de assisti-los no computador. Ou seja, mesmo com condições de consumir os mais modernos canais de mídia, os norte-americanos ainda dão preferência para os considerados “velhos” hábitos na hora de se informar e entreter.

O Ipsos também questionou os entrevistados sobre os meios que recorrem na hora de obter uma informação com maior rapidez. Casos pontuais dos últimos meses – como o assassinato do terrorista Osama Bin Laden, por exemplo – foi usado como parâmetro para avaliar os hábitos da audiência. Para se informarem sobre este fato, por exemplo, 70% dos entrevistados garantiu que recorreram à TV, em primeiro lugar.

Até mesmo a faixa etária mais jovem da pesquisa mostrou uma inclinação às mídias tradicionais, apesar de serem mais pre-dispostos à incorporação das mídias digitais. De acordo com a Ipsos, os dados são importantes para que a indústria da mídia reconsidere as diversas teorias que apontem o possível fim dos veículos tradicionais e revejam suas estratégias de alcance e aproximação com a audiência.

* Com informações do Advertising Age.

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