quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Primeiras impressões: JAC J6

 

Modelo custa entre R$ 58,8 mil e R$ 59,8 mil e apela para o espaço interno. Motor 2.0 de 136 cv deixa a desejar e coluna atrapalha a visibilidade.

O segmento de minivans no Brasil é o que menos tem recebido atenção nos últimos anos por parte das montadoras. As opções limitam-se a modelos como a nem tão bonita Nissan Grand Livina, a “salgada” Citroën C4 Picasso e a já ultrapassada Chevrolet Zafira. Como no ano que vem chega ao país a nova geração da minivan da General Motors, a chinesa JAC Motors se adiantou para colocar no mercado nacional a JAC J6.

J6 tem design italiano (Foto: Divulgação) 
J6 tem design italiano (Foto: Divulgação)
 
saiba mais
O modelo sai por R$ 58.800 (versão de cinco lugares) e R$ 59.800 (sete lugares) e, de acordo com o presidente do Grupo SHC, parceiro da marca chinesa no país, Sérgio Habib, a meta é atingir a liderança do segmento hoje dominado pela Zafira, com a venda de 2 mil unidades por mês. Segundo ele, o segmento em geral tem potencial de 8 mil unidades mensais em vendas. “O problema deste segmento é que os modelos não foram renovados”, diz Habib.

Por enquanto, o empresário afirma que vai se dedicar à comercialização de 1 mil a 1,5 mil unidades mensais. A estratégia, segundo ele, será a mesma utilizada pela marca até agora: preços baixo na comparação com os concorrentes, grande lista de equipamentos de série e as propagandas estreladas pelo apresentador Faustão.

Vale esta Concorrentes JAC J6  (Foto: Editoria de Arte/G1)

“A maioria dos nossos clientes chega às lojas procurando pelo carro do Faustão”, diz. “Isso mostra que nossa campanha de marketing está dando certo. É uma propaganda que ficou na cabeça das pessoas”, afirma. A JAC investiu R$ 145 milhões em campanha de marketing para 2011. “O Faustão é mais caro do que o George Clooney”, brinca Habib, ao fazer referência ao ator norte-americano. “Mas nossos clientes se identificam mais com o Faustão.”
O Faustão é mais caro do que o George Clooney"
 
Sérgio Habib , presidente do grupo SHC
 
Equipamentos de série e acabamento
 
A minivan J6 vem de série com direção hidráulica, volante com regulagem de altura, ar-condicionado digital, CD player com entrada USB, seis alto-falantes, airbag duplo, freios ABS com EBD, travamento automático das portas a 15 km/h, vidros elétricos dianteiros e traseiros, luzes de neblina traseira e dianteira, protetor de cárter, sensor de estacionamento traseiro, faróis com regulagem elétrica de altura, entre outros.
 
Tais itens pesam bastante a favor do carro ao calcular a relação custo benefício do J6. Por outro lado, o que pesa negativamente na conta é o nível do acabamento e do conforto ao dirigir, bem abaixo dos concorrentes. O painel é bonito e muito amplo, mas deixa perceptível que o material utilizado não é dos melhores. É nítida a variação de tonalidade de preto na peça única.

Painel do JAC J6 é amplo (Foto: Divulgação) 
Painel do JAC J6 é amplo (Foto: Divulgação)
 
O tecido do banco dá a mesma impressão de inferioridade em relação às minivans de outras marcas. Na unidade testada, a junção do forro do teto com as janelas traseiras estava com falhas. No entanto, não foram notadas rebarbas no material plástico. Tais detalhes estéticos podem entrar na categoria “gosto”, afinal, muita gente nem repara nisso, porém um modelo de quase R$ 60 mil exige capricho.

Bancos do J6 são facilmente rebatíveis e garantem amplo espaço interno (Foto: Divulgação) 
Bancos do J6 são facilmente rebatíveis e garantem amplo espaço interno (Foto: Divulgação)
Minivan perde na dirigibilidade
 
O G1 foi de São Paulo a São Roque, no interior do estado, para testar a versão de sete lugares do modelo, chamada de J6 Diamond. As características que mais incomodaram no carro durante o trajeto — que incluiu trechos urbanos, estradas e vias de acesso — foram um vão na porta, que deixa o ar entrar no habitáculo e aumento o ruído interno em altas velocidades, folga no volante e o barulhento motor que, apesar de ser 2.0, “grita” nas subidas (as mais íngremes pedem a segunda marcha) e tem retomadas lentas. Isso porque a relação entre as marchas é longa.

Desagradou também durante o teste a coluna que fica na lateral do para-brisa (a coluna A). Larga e mal posicionada em relação ao banco, ela atrapalha muito a visibilidade do motorista, especialmente nas curvas. O volante ao estilo “Kombi” também dificulta o bom posicionamento no carro. E por falar em curvas, a supensão mole não passa sensação de segurança quando a manobra é mais fechada.

JAC J6 quer brigar no mercado brasileiro de minivans (Foto: Divulgação) 
JAC J6 quer brigar no mercado brasileiro de minivans (Foto: Divulgação)
J6 ganha em espaço interno
 
A falta de transmissão automática — por enquanto, a única opção é mecânica de cinco marchas — poderia pesar negativamente na minivan chinesa. No entanto, ela é tão espaçosa, que cativará o cliente antes mesmo do test-drive. Consumidores desse tipo de veículo precisam de espaço, especialmente para bagagens e transporte de mercadorias. Quesito que sobra no J6.
 
Além de deixar os passageiros confortáveis, o sistema de rebatimento dos bancos é muito simples. Ele abre espaço suficiente para acessar de forma fácil todos os bancos e o porta-malas, o que inclui a fileira do sexto e sétimo bancos. Ao somar preço, espaço interno e itens de série, a “minivan do Faustão” larga na frente em apelo comercial para quem tem família grande.
J6 é importado da China (Foto: Divulgação) 
J6 é importado da China (Foto: Divulgação)

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário