Em um momento positivo, em que veem a circulação crescer, os jornais brasileiros encaram o desafio de conseguir rentabilidade nos conteúdos digitais nos próximos cinco anos. Os caminhos para se chegar a isso foram discutidos ontem pelos executivos dos principais jornais do País, durante o VIII Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo.
Diante do crescimento da classe C, do envelhecimento da população e do aumento do número de pessoas com acesso a computador, o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, vê boas perspectivas para o mercado. É importante reforçar a circulação tanto do jornal impresso como do digital. Mas ele ressaltou que os jornais precisam buscar alternativas à receita com publicidade nos próximos cinco anos.
De acordo com o executivo, a receita publicitária é instável e fragmentada. Por isso, é preciso rentabilizar os meios digitais. O modelo para os próximos cinco anos tem de focar nas pessoas que paguem pelo conteúdo. Ele reforçou a sua argumentação com dados do New York Times, que hoje tem 40% da receita proveniente da circulação, 39% da publicidade do jornal impresso, 14% do meio digital e 7% de outros meios. Em 2005, a publicidade offline respondia por 61%, a digital por 5% e a circulação equivalia a 27%.
Momento positivo
A avaliação de Genesini é compartilhada pelo diretor-geral da Infoglobo, Marcello Moraes. Mas, para ele, conseguir rentabilidade nos meios digitais é uma mudança que tem de ser feita rapidamente, nos próximos seis meses. Não precisamos fazer nada no desespero, mas temos de ser rápidos. Na análise do executivo, o País pode aproveitar o momento atual, que é positivo, com aumento da receita publicitária, para testar novas alternativas.
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