Um cenário de aumento da competição no mercado doméstico atrelado a uma alta no custo de combustível fez a Gol encerrar o segundo trimestre com um prejuízo quase sete vezes maior ante o mesmo período de 2010.
A segunda maior companhia aérea do país teve prejuízo líquido de R$ 358,7 milhões, contra resultado negativo um ano antes de R$ 51,9 milhões e lucro líquido no primeiro trimestre de R$ 110,5 milhões.
A companhia, que no final de junho cortou drasticamente a previsão de margem de lucro operacional em 2011, anunciou ainda um programa de recompra de até 10% de suas ações preferenciais. No ano até o final de julho, os papéis da empresa acumularam desvalorização de 51,8%.
"Essa iniciativa tem como objetivo maximizar a criação de valor para os acionistas em razão da cotação atual das ações da companhia no mercado", afirmou a Gol no anúncio da recompra, que é válida por um ano a partir desta sexta-feira (12). Segundo o preço de fechamento da ação na véspera, de R$ 10,34, a empresa pode gastar cerca até R$ 98,16 milhões.
Diante do resultado negativo e sinais de que o custo com combustível continuará alto, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Jr., afirma no balanço que a empresa tomou medidas para cortes de custos que devem ter impacto completo no final de 2012.
"Após a implantação de todas as iniciativas em curso, estima-se uma redução de cerca de R$ 650 milhões de despesas (...) Com as medidas em implementação, a companhia deverá voltar a dar retorno adequado aos seus acionistas, já em 2012", afirma o executivo.
No trimestre passado, a geração de caixa da Gol medida pelo Ebitdar (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves) ficou negativa em R$ 67,6 milhões de abril a junho, contra resultado positivo de R$ 274,2 milhões um ano antes. A margem despencou de 17,2 para índice negativo de 4,3%.
"O resultado negativo ocorreu em função do acirramento da competição no mercado doméstico brasileiro que acarretou na queda em 1,5% na receita líquida na comparação anual, adicionalmente ao cenário de pressão dos custos operacionais", afirma a Gol no balanço.
Com o incremento da concorrência, a Gol viu seu yield (indicador referencial do preço de passagens aéreas) cair 13,8% sobre o segundo trimestre de 2010 e 8,2% sobre os três primeiros meses do ano. Com isso, a tarifa média caiu de R$ 194,6 no segundo trimestre do ano passado para R$ 167,6 de abril a junho. Nos três primeiros meses do ano, a tarifa média havia sido de R$ 198,2.
A empresa acrescentou que as despesas subiram 19,8% sobre o segundo trimestre do ano passado, puxadas pelos custos com combustível, que dispararam 27,8%.
Diante da alta no custo de combustível, a Gol decidiu no segundo trimestre devolver aeronaves de baixa performance de consumo, o que acabou ampliando o prejuízo do período.
WebjetNo dia 8 de julho, a Gol comunicou que fechou acordo para compra da Webjet. O valor do negócio é de cerca de R$ 311 milhões, dos quais cerca de R$ 96 milhões serão pagos aos atuais sócios.
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