terça-feira, 16 de agosto de 2011

Demanda de motos premium acelera no País

Crescimento expressivo do setor ativa interesse de fabricantes de modelos de maior desempenho tecnológico. Foco são as Regiões Sul e Sudeste

Em dez anos, a frota de motocicletas em circulação no País deve superar a de veículos, tendo os veículos premium  uma nova demanda. O levantamento do mercado vem da pesquisa “A mobilidade urbana no Brasil”, realizada este ano pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). A projeção esbarra no último balanço divulgado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), maior entidade do setor, que comemora, 1.033.406 unidades vendidas  no primeiro semestre — crescimento de 18% ante o mesmo período de 2010, além de outras 917.891 motocicletas emplacadas, 10, 4% a mais do que no período anterior.

Empresas fabricantes de modelos premium, de maior valor agregado, que inclui motocicletas acima de 500 cilindradas, também aceleram seus investimentos na busca por uma maior participação no mercado nacional. O principal foco dos negócios   concentra-se nas Regiões Sul e Sudeste, onde a cidade de São Paulo já representa quase 20% da procura por essas linhas de motocicleta, projetadas para obter maior desempenho  tecnológico e donas de  design mais arrojado.

Grifes lendárias, como a americana Harley-Davidson e a japonesa Kawasaki do Brasil, cujos atributos incluem diferenciação, liberdade, independência e atitude, apostam na abertura recorde de suas redes de concessionárias autorizadas, sem poupar esforços nos investimentos. A perspectiva é a de disputar cada palmo desse crescente mercado e fincar bem os pés no varejo brasileiro. Tendo por base o último levantamento da Fenabrave, o presidente da Harley-Davidson do Brasil, Longino Morawski aponta uma evolução desse segmento no País, tanto no mercado geral, quanto no de motocicletas acima de 500cc. “Vale observar que em 2009 foram comercializadas por volta de 34.000 unidades, enquanto em 2010 chegou-se a quase 39.000, por conta, principalmente, do crescimento econômico brasileiro”, explica.

De prova que não está para brincadeira, o lendário grupo americano decidiu, este ano, aumentar o controle de sua operação comercial no País, abrindo uma representação no bairro Morumbi, em São Paulo. A capital paulista também foi a cidade escolhida para receber um showroom da marca, situado na Avenida Europa, apenas para  demonstração de produtos. Este ano, já foram inauguradas oito concessionárias da grife Harley-Davidson, em São Paulo, Campinas, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Futuramente, novas lojas devem desembarcar em Florianópolis, Campo Grande e Brasília.

A projeção, no entanto, é alcançar a meta de dez revendedoras autorizadas até o final do ano, totalizando 20 lojas até o encerramento de 2012, além de garantir investimentos mais direcionados ao serviço de pós-venda.  “Na verdade, este é o nosso grande foco deste ano: atender com qualidade em termos de serviços os nossos consumidores. Todas as nossas concessionárias já contam com oficinas equipadas e pessoal capacitado para realizar serviços de manutenção em toda a linha de motocicletas Harley-Davidson do Brasil. Além disso, temos um centro de treinamento  em São Paulo usado para treinar técnicos e mecânicos de motocicletas de nossa marca em toda a América do Sul.”

“Este é o modelo de negócios que a empresa tem em todos os grandes mercados do mundo, como é o caso do Brasil, e para prover mais produtos e serviços é preciso ter uma operação mais robusta”, explica Morawski.  Este ano marcará ainda a estreia do grupo Harley-Davidson na 11ª Edição do Salão Internacional Duas Rodas, que promete levar novidades ao maior evento do setor organizado no Brasil, responsável por reunir toda a cadeia de negócios.  “Certamente, iremos impressionar. Teremos um grande estande com toda nossa linha de motocicletas, roupas e acessórios, além dos lançamentos 2012. Serão cinco novidades, mas ainda não posso falar quais são. São produtos que continuarão proporcionando a melhor experiência Harley-Davidson possível para os nossos clientes do Brasil”, garante o executivo.

Kawasaki

Com uma rede de 52 revendedoras autorizadas pelo País e planos para alcançar  60 lojas até o final do ano, o grupo japonês Kawasaki Motores do Brasil é outra companhia do segmento de motocicletas premium que comemora crescimento de 21% em volume de vendas do varejo no primeiro semestre de 2011. No total, foram comercializados 5.996 modelos, entre os 11 disponíveis da linha de alta performance, montados na fábrica do Polo Industrial de Manaus. O pouco tempo no mercado brasileiro como marca oficial, (no Brasil desde 2008), contudo, não a impediu de conquistar 14,1% de participação no mercado nacional, especialmente, nas regiões Sul e Sudeste. Um dos motivos da rápida expansão dos negócios da empresa explica-se, fundamentalmente, pelos investimentos aplicados na montagem de grande parte dos seus modelos, na fábrica de Manaus.

Para incrementar ainda mais o potencial de  vendas, a empresa aposta na fabricação do modelo Ninja DX10R no Brasil alinhada aos menores custos de importação  repassados ao consumidor.  “Já temos onze modelos montados no Brasil. Hoje, a parcela dos importados  representa, a minoria dos nossos investimentos. O Brasil será o único país da América Latina a produzir esse tipo de moto”, diz o diretor de planejamento da empresa, Ricardo Suzuki. No mercado nacional, as vendas da Kawasaki são alavancadas principalmente pelo modelo Ninja 250cc, cujo preço médio alcança  R$ 15 mil.

De acordo com o executivo, a maior presença das motos Kawasaki no eixo Sul-Sudeste deve-se a fatores econômicos, já que a empresa não negocia modelos populares, alvo da maior procura das Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. “Ainda encontramos muitas dificuldades de encontrar revendedores nessas regiões, mas vamos chegar lá”, projeta. Pela segunda vez,  a Kawasaki participará  como marca oficial do Salão Duas Rodas, onde terá um estande  de 1.800 metros.

 

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