terça-feira, 26 de julho de 2011

SP tem 10 mil km de estradas esburacadas

Dos 15,8 mil quilômetros de rodovias estaduais sem pedágio do Estado de São Paulo, pelo menos 10 mil km têm problemas de conservação e precisam de reformas, aponta levantamento realizado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (Setcesp).

A extensão da malha ruim é quase o dobro dos 6,2 mil quilômetros da rede estadual com pedágio, considerada em bom estado. O alto custo da tarifa leva os motoristas, principalmente caminhoneiros, a usar as rodovias sem pedágio como rota de fuga, piorando suas condições.
Um trecho de 213 km da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), entre Itapetininga e Ourinhos, é uma das principais rotas usadas pelos caminhões de carga procedentes de Mato Grosso do Sul em direção à Grande São Paulo ou à Baixada Santista. Nela, as carretas bitrens evitam a Rodovia Castelo Branco e economizam R$ 174,50 por viagem. Em uma viagem de ida e volta, a economia dobra.
O problema é que, sem conservação, a estrada de pista simples não aguenta o tráfego pesado e intenso. O asfalto está esburacado e os acostamentos desapareceram. O único serviço, de tapa-buracos, é ocasional e não dá conta. O motorista José Luis Sgarioni, de Flores da Cunha (RS), considera o trecho o pior de São Paulo. ‘Como a gente paga tanto pedágio aqui no Estado, merecia andar só em estrada boa’, afirma.
A Rodovia Floriano de Camargo Barros (SP-143), que liga a Castelo à Marechal Rondon, também virou rota de fuga, segundo o levantamento do sindicato. Com isso, suas pistas afundam sob o tráfego de carretas. O trecho de 25 km está repleto de ‘borrachudos’, pontos de afundamento. Já a Rodovia Euryale de Jesus Zerbine (SP-066), perto de Guararema, é usada pelos caminhões para escapar dos pedágios da Carvalho Pinto. A pista é simples, sem acostamento e o asfalto está deteriorado.
Malha viária. O Setcesp monitora as condições das rodovias em São Paulo para passar informações aos associados. De acordo com o vice-presidente da entidade, Manoel Sousa Lima Júnior, o Estado tem duas malhas viárias bem distintas. ‘Uma é a malha concedida à iniciativa privada, que é boa, mas também tem pedágios com valores absurdos, e outra é a malha sem pedágio, quase toda de estradas muito ruins. Parece que, ao fazer a concessão, o Estado se desobrigou de conservar o resto’, diz.
Ele cita a Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225), bem conservada na região de Jaú, onde os motoristas têm de pagar pedágio. No trecho sem cobrança, entre Adamantina e Panorama, o asfalto é ruim, não há acostamentos e os acidentes são frequentes.
Interdições. Na última sexta-feira, sete rodovias paulistas tinham trechos totalmente interditados ou com tráfego em meia pista. A Sebastião Ferraz de Camargo Penteado (SP-250) foi fechada para caminhões nos 33 km entre Apiaí e Ribeira, mas os veículos de carga continuam passando por falta de alternativa. ‘Quando chove, as carretas afundam no asfalto e temos de mandar um trator para puxar’, diz o secretário de Administração de Ribeira, Orides Rodrigues de Lima. No km 307, entre Apiaí e Angatuba, uma erosão levou meia pista há mais de um ano.
Também usada como rota de fuga do pedágio, a Rodovia Aristides de Costa Barros (SP-157) está interditada no km 21,5, em Itapetininga, por causa do rompimento de uma tubulação. As Rodovias Dona Genoveva Lima de Carvalho Dias (SP-373) e Abrão Assed (SP-333) também estão na lista de estradas com pontos de interdição total. Entre as estradas parcialmente bloqueadas por erosões, afundamentos e avarias em pontes estão a Tenente Celestino Américo (SP-79), a Pedro Eroles (SP-304) e a Rodovia dos Tropeiros (SP-068). Já a Rodovia Salvador Pacetti (SP-171) tem interdições parciais em dois pontos no município de Cunha.

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