segunda-feira, 30 de maio de 2011

Paulista está mais pontual com a prestação da casa


Os paulistas estão mais pontuais nos pagamentos das parcelas da casa própria. Segundo os últimos dados divulgados pelo Banco Central, 84,61% ou 265.168 financiamentos no Estado de São Paulo estavam com os contratos em dia em fevereiro. É o melhor resultado para este mês desde 2002, quando o porcentual era de 56,33%.


Consequentemente os contratos em atraso apresentaram os menores índices. Foram 31.830 financiamentos com até três prestações atrasadas, o que representa 10,15% do total. Já os contratos com mais de três meses sem pagamento atingiram 5,23% do total ou 16.393 documentos.

Para Alessandro Francisco, professor do curso de pós-graduação em Negócios Imobiliários da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), esse aumento de bons pagadores pode ser atribuído, em parte, pela velocidade de execução da alienação fiduciária.

Em 2007, o uso desse instrumento de garantia de financiamento foi ampliado e trouxe mais agilidade para a resolução de casos de atrasos nas prestações dos imóveis. Antes, muitos contratos utilizavam a hipoteca, cuja retomada do bem poderia durar anos. 

Na alienação fiduciária, a propriedade do imóvel é transferida para o credor como garantia do financiamento. Somente após a quitação total da dívida é que o comprador se torna dono do imóvel. Com esse dispositivo previsto em contrato, a retomada do imóvel é permitida após 90 dias de inadimplência. 

Temendo a perda do imóvel com mais rapidez, os moradores procuram ficar em dia com seus débitos. E os números mostram que é cada vez menor o porcentual de contratos com atrasos superiores a três meses, que já possibilita a retomada do bem.

Em fevereiro de 2007 eram 16,98% e caíram para 12,93%, 9,27% e 6,69% em fevereiro dos anos seguintes até chegar aos atuais 5,23%. 

Os índices positivos de emprego e renda também contribuem para a quitação das mensalidades. “Os números refletem um grau de maturidade maior em relação aos compromissos financeiros. O morador não quer perder a casa e faz todos os esforços para cumprir as obrigações”, diz Adriano Gomes, professor de administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). 

Faça as contas
 
Quem pretende entrar em um financiamento para a compra da casa própria precisa se planejar para não correr o risco de ficar inadimplente e perder o imóvel. Segundo o professor de finanças da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, é comum o comprador não fazer uma reflexão antes de recorrer ao crédito. 

Por isso, é preciso avaliar se o valor de venda condiz com as características do imóvel para saber se fará um bom negócio. Pesquisar é fundamental. Além do valor da prestação, é preciso ficar atento com o custo da documentação, impostos e taxa de condomínio.

Além disso, é importante que o comprador do imóvel não comprometa mais do que 30% de sua renda com o pagamento de prestações. 

O professor da Faap também alerta que é preciso comparar preço de imóveis novos e usados. Mesmo que a compra do usado exija uma entrada maior, sua aquisição pode ser um negócio mais vantajoso.

E para quem estiver em busca de um apartamento na planta, a dica é não ter restrições de localizações sem comércio ou oferta de serviços próximos. 

“A chegada de um empreendimento com 500 unidades, por exemplo, tem uma força de alteração no perfil da região e vai acabar atraindo negócios, como restaurantes e comércio para o local”, afirma Francisco, da Faap.

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