Novas leis que obrigam montadoras a colocarem sistemas como airbag e freio ABS vão acelerar a transferência para os carros mais baratos de tecnologias de modelos de luxo
São Paulo - O carro pé de boi, totalmente desprovido de itens de
segurança e conforto, está com os dias contados. As novas leis que
obrigam montadoras
a colocarem sistemas como airbag, freio ABS, motor mais econômico e
menos poluente, além da própria exigência do consumidor em ter acesso ao
conforto e à conectividade, vão acelerar a transferência para os carros
mais baratos de tecnologias hoje disponíveis apenas em modelos de luxo.
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Algumas iniciativas começam a surgir em novos veículos, como o compacto
Onix, da General Motors, que tem sistema multimídia que permite ao
usuário trazer músicas, fotos, vídeos e aplicativos do celular para o
carro, além de fazer ligações telefônicas via Bluetooth. O sistema de
conectividade do novo Renault Clio permite arquivos em MP3, conexão via
Bluetooth e entrada auxiliar do tipo USB.
Numa categoria mais acima, o novo Ford EcoSport traz sistema de partida
sem chave, sensor de estacionamento e assistente de partida em rampa
que mantém o veículo parado por até três segundos após a retirada do pé
do freio, facilitando manobras.
O diretor da Delphi, Valdir de Souza, afirma que as novas tecnologias
chegam ao mercado primeiro nos produtos top de linha porque o custo de
desenvolvimento é elevado, mas, à medida que se intensifica o uso, o
preço cai. "Em média, num período de três anos ocorre uma redução de
custo de 50% numa nova tecnologia", diz. "Foi o que ocorreu com os
celulares, computadores e TVs."
Outro sistema com diversas funções, chamado de MyFi e já disponível em
carros na China, vigia tudo o que ocorre dentro do carro e repassa um
aviso ao smartphone do proprietário se há algum movimento. "Isso pode
evitar, por exemplo, que uma criança seja deixada no carro, como já
vimos em casos recentes que resultaram até em mortes", diz Souza.
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A empresa também vai lançar os rastreadores, que passarão a ser
obrigatórios em 100% dos carros novos até agosto de 2013, com funções
extras, como avisar sobre a necessidade de abastecimento e de troca de
óleo, além de medir consumo e desgaste de pneus.
O diretor da consultoria Roland Berger, Martim Bodewig, concorda que o
maior salto a ser dado pelas montadoras será nos carros de entrada.
"Será uma mudança constante e cada vez mais o carro brasileiro será
parecido com o carro global, mais seguro, mais eficiente, com mais
conforto e maior conectividade."
O vice-presidente da Ford, Rogelio Golfarb, acredita que, nos próximos
cinco anos, "haverá um tsunami tecnológico nos carros brasileiros". O
programa Inovar-Auto, que estabelece metas para redução de consumo e de
poluentes a partir de 2017, também incentiva o desenvolvimento de
tecnologias nas áreas de segurança e conectividade, com redução de
impostos.
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