segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Não me preocupo em a Whirlpool ser a maior"


O presidente mundial da Whirlpool, líder global na fabricação de eletrodomésticos, diz que a melhor estratégia para as crises é manter o lucro mesmo nos piores cenários


  São Paulo - O americano Jeff Fettig comanda há oito anos a Whirlpool, maior fabricante mundial de eletrodomésticos, com receita de 19 bilhões de dólares e 68 000 funcionários. Mas seu trabalho nunca foi tão difícil quanto nos últimos meses. Fettig precisa lidar com o aumento do custo da mão de obra e das matérias-primas, e uma demanda abaixo do esperado em seus principais mercados.


Ainda assim, a empresa conseguiu dobrar sua margem de lucro nos últimos dois anos graças a um pesado programa de corte de custos — que eliminou mais de 5 000 vagas ao redor do mundo. Fettig, que está na empresa desde 1981, diz que não cortou os gastos com inovação — “o combustível de nosso negócio”. Em visita a São Paulo, ele falou a EXAME
EXAME - A Whirlpool anunciou resultados acima das expectativas dos analistas nos últimos trimestres. É um sinal de que a crise passou? 
Jeff Fettig - Tivemos resultados muito bons nos primeiros nove meses do ano, mas a crise ainda é muito severa nos Estados Unidos, na Europa e agora até na Ásia, onde a demanda foi muito fraca nos últimos meses. Aliás, a única região positiva do mundo é o Brasil e a América Latina. Mas não podemos esperar pela recuperação. Temos de nos ajustar à demanda mais fraca. 
EXAME - O que dá para fazer em um cenário de demanda em queda? 
Jeff Fettig - Primeiro, acelerar o investimento em novos produtos e inovação. É isso que dá combustível à nossa empresa. Ao mesmo tempo, precisamos eliminar capacidade improdutiva, reduzir custos fixos e continuar a tomar fortes ações de produtividade. Está funcionando. Fomos capazes de dobrar as margens desde 2010 para um nível muito bom nes­te ano graças à disciplina e ao lançamento de produtos de maiores margens. 
EXAME - Cortar é uma decisão difícil...
Jeff Fettig - É difícil, mas necessária. Já estamos no ano número 4 da recessão. Ainda que eu veja sinais de recuperação, especialmente nos Estados Unidos, não sei se ela vai chegar em seis meses ou dois anos. Então, fizemos o certo. Na América Latina, a situação é bem diferente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário