Últimos lançamentos feitos pela GM, Hyundai, Toyota e Nissan sugerem que a partir de agora as montadoras estarão mais preparadas para oferecer veículos mais completos com um preço mais acessível. Será?
São Paulo – O que o Onix, da General Motors, o HB20, da Hyundai, e o Etios, da Toyota,
têm em comum? Além de serem apresentados quase que concomitantemente ao
mercado, são veículos considerados de entrada, mas com um quê de
sofisticação. Os três modelos já saem da fábrica com itens considerados
de luxo no Brasil, como airbag e freios ABS, mas custam a partir de
30.000 reais.
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Especialistas do setor automotivos ouvidos por EXAME.com afirmam que as
exceções citadas acima, no entanto, devem se tornar regra no mercado
brasileiro a partir de agora. “Esses últimos lançamentos seguem uma
tendência natural de transformação do mercado de carros no país.
Antigamente, retrovisor do lado direito era considerado opcional, hoje
não mais”, afirmou André Beer, especialista do setor automotivo e
ex-vice presidente da GM.
Para ele, não se trata de apenas de uma preocupação das montadoras com
os consumidores brasileiros. “As empresas sempre estiveram atentas em
oferecer, principalmente, modelos de carros com preços mais acessíveis.
Mas agora, o cenário é outro: o poder aquisitivo aumentou, a
concorrência também - e em maior proporção - e as fábricas precisam
conquistar mais clientes, o que só será possível se elas oferecerem
produtos com diferenciais”, afirmou Beer.
O fato de os carros a partir de 2014 terem que sair de fábrica com
airbag e ABS, de acordo com a nova legislação, também contribuiu para
essa nova posição das montadoras. “Elas estão apenas antecipando o que
será obrigatório daqui a um ano. Não valeria a pena fazer um lançamento
agora sem esses itens. Por isso, não vejo nada de novo nisso, até mesmo
porque, se você colocar essas tecnologias em um GOL, da Volkswagen, ele
vai custar próximo a 30.000 reais”, afirmou Fernando Calmon, também
especialista do setor automotivo.
Boa aceitação
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Tendência ou não, o fato é que os três modelos estão enquadrados em um
dos segmentos que mais vendem no país: o compacto hatch. Hoje esse
segmento representa mais de 50% das vendas totais de carros no Brasil.
“A Hyundai, por exemplo, buscou inspiração no GOL – modelo mais vendido
no Brasil – para lançar o HB20. Já a GM está preparando o sucessor do
Celta, porém mais aprimorado”, disse Calmon.
De acordo com dados do mercado, o HB20 já tem fila de espera
e pelo menos 50.000 unidades foram encomendadas em um mês. A boa
aceitação do modelo reflete o desejo de os consumidores brasileiros
terem carros mais equipados por preços que caibam no bolso.
Para a GM, o Onix deve ser seu novo best-seller
no mercado brasileiro. O modelo foi desenvolvido especialmente para o
país e a montadora espera que ele faça o mesmo sucesso conquistado pelo
Corsa e Celta, campeões de vendas da fabricante americana no Brasil. Já
a Toyota espera vender cerca de 70.000 unidades do seu compacto Etios por aqui.
Opções
Segundo Calmon, outro carro que não está na mesma categoria dos
compactos hatchs lançados pela GM, Hyundai e Toyota, mas que também teve
boa aceitação no Brasil por unir tecnologias a preços mais baixos, é o
March, da Nissan.
“Desde o lançamento, praticamente um ano atrás, a montadora tem fila de
espera de pelo menos três meses para conseguir atender o consumidor. E
olha que hoje no mercado existem cerca de 1.500 opções de modelos, mas
há quem prefira esperar”, afirmou o especialista.
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