Quem passa pela rua relativamente movimentada nos Jardins
dificilmente percebe uma pequena vila entre os prédios da via, mas há
ali um charmoso imóvel à venda dentre os milhares da cidade – de todos
os tipos e tamanhos buscando seduzir os compradores. Conheça, a seguir,
três exemplos tentadores desse gigantesco mercado.
A casa dos Jardins tem tijolos aparentes e, de fora, não chama tanto a
atenção, espremida entre as edificações tradicionais do conjunto
construído na década de 1950. Seu encanto surge, sim, da porta para
dentro.
Tudo é novo por lá. Chão de cimento queimado, paredes de tijolos e
madeira por todo canto, do piso ao teto. Os atuais proprietários,
Lorenzo Ramon, de 34 anos, e Carolina Sabo, de 33, reconstruíram o
imóvel – e como bem quiseram – depois de aproveitarem apenas duas
paredes da edificação original.
Lembra um loft nova-iorquino, com encanamentos à mostra, e cozinha
integrada à sala e ao escritório. A luminosidade é garantida pelo teto
de vidro – solução encontrada pelo arquiteto David Bastos para lidar com
a falta de opções da casa geminada. Um espaço rústico e sofisticado de
203 metros quadrados avaliados em R$ 2,195 milhões.
O casal mudou-se para lá em julho e, nove meses depois, procura um
novo lar. Carolina está grávida de cinco meses e acredita que precisa de
outro espaço para criar seu bebê. “Mas dá um aperto no peito porque
tudo foi feito com muito carinho”, diz.
A arquitetura ousada é um dos elementos capazes de dar um toque
especial a um imóvel. Na Vila Madalena, o prédio Simpatia 236 seduz logo
na entrada os possíveis compradores do apartamento 22. Com oito
andares, o projeto recebeu prêmio da revista Arquitetura &
Construção e menção honrosa do departamento paulista do Instituto dos
Arquitetos do Brasil (IAB-SP).
A unidade onde moram Samantha Guidio, de 33 anos, sua filha Olívia,
de dois, e seu marido, Cláudio Domingues Raimundo, de 34, respeita o
conceito do edifício. Na fachada do prédio, os canos estão à mostra para
quem quiser ver; no apartamento, os dutos que revestem a fiação também.
“Meu pai, mais tradicional, disse: ‘Ainda falta acabar isso’”, brinca a
proprietária.
O trabalho da arquiteta Renata Domingues também manteve elementos
estruturais, como uma pilastra na área de convívio. A cozinha é
integrada à sala, com boa luminosidade graças a uma larga fileira de
janelas. E o lavabo, com uma arte em grafite, dá um ar descolado ao
espaço.
O espaço é aberto e, para esses moradores, ganhou duas suítes
divididas por paredes de drywall. “Mas a pessoa pode fazer o que quiser,
até mudar as janelas de lugar”, garante Samantha. Morando há um ano no
Simpatia, a família também vai se mudar porque vai ficar maior –
Samantha está grávida. Quem quiser substituí-los no apartamento, que tem
114 m², terá de desembolsar cerca de R$ 1,24 milhão.
Menor, com 68 m², o compacto do fotógrafo Beto Riginik, de 38 anos,
atrai pelo estilo do morador. A inspiração para o chão de madeira de
demolição veio de um imóvel que, certa vez, retratou em Paris. “Reformei
o apartamento. Tirei um quarto e fiz um acabamento bacana”, conta ele,
que morou quatro anos na unidade, próxima ao Parque do Ibirapuera, na
Vila Nova Conceição.
Riginik ainda integrou a sala à varanda e encheu as paredes com
imagens. “Você tem de pegar um imóvel cru e deixar o seu registro”, diz.
Com a venda, avaliada em R$ 670 mil, construirá outro imóvel. Levará
consigo as fotografias, mas deixará elementos curiosos, como um mictório
que instalou no banheiro.
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