A Amazon teve um 2011 bastante movimentado, e garantiu alguns sucessos ao longo do ano. A gigante de vendas e livros online se consolidou ainda mais como líder dos segmentos, e registrou sucessos como uma linha nova de Kindles - incluindo o tablet Fire, apontado como um "rival de verdade" para o iPad da Apple -, a loja de aplicativos online e o serviço na nuvem, para nomear alguns. E o que aguarda a companhia do CEO Jeff Bezos em 2012? O Huffington Post resolveu fazer uma "brincadeira com fundo de verdade" e pensar em movimentos que a empresa de Seattle poderia realizar neste ano, e listou os itens como possíveis manchetes dos jornais.
O primeiro dos sete itens é: "Amazon abre sua primeira loja de rua". Imagine uma loja em estilo showroom, com os livros à disposição para que você os abra, folheie. Eletrônicos para que você teste e leitores de código de barras para saber quanto vai custar a realização de seus desejos. No caixa, você paga a conta e a atendente avisa quando os itens serão entregues em sua casa. Essa poderia ser a solução encontrada pela Amazon para satisfazer aos consumidores que gostam de um contato de pele com suas compras - isso, é claro, depois que todas as lojas de livros tivessem fechado.
Outra opção, que leva à segunda manchete fictícia da Amazon para 2012, seria a gigante de varejo online pagar um percentual às lojas físicas, caso um cliente achasse algo no "mundo real" que fosse mais caro e por isso optasse por comprar na loja virtual. Assim, sugere o site, em vez de deixar o cliente constrangido por usar o app Price Check - que compara preços de itens em comércios offline com os valores da Amazon -, as livrarias poderiam até, quem sabe, pendurar uma placa se dizendo "afiliadas" da Amazon.
"Amazon começa a levar a sério o conteúdo" aparece como a terceira notícia protagonizada pela companhia de Bezos. Para o Huffington Post, a empresa de Seattle não tem dado importância ao conteúdo, o que seria evidenciado pelo baixo número de comentários no blog de livros e pelas vendas pequenas das publicações próprias de seu braço editorial. As sugestões para crescer nesse sentido seriam associar-se a um ou dois agentes com nomes de peso na carteira, levar em conta o conhecimento dos pesos-pesados do setor e quem sabe adquirir uma empresa de médio porte consolidada no segmento.
Se a fabricante do Kindle seguir por esse caminho, pode aparecer na capa do jornal de novo. "Amazon compra o Netflix", diria a primeira página das principais publicações noticiais. O tablet da loja online é apontado como ideal para visualização de vídeos, mas a Amazon tenta conseguir direitos de streaming negociando de uma posição fraca, pois pisa em um terreno que não é o seu. O serviço de filmes e DVDs, por outro lado, é o líder no setor - assim como a empresa de Bezos o é no de livros. Além disso, ambas têm excelente logística com correios, mas pagam uma fortuna por seus sistemas - e mais um grande montante aperfeiçoando os mecanismos de indicação de produtos.
Mas talvez esse lado Reed Hastings em Bezos não esteja assim tão distante. Desde 2011 a Amazon busca um modelo de assinatura semelhante ao do Netflix para oferecer conteúdos no Kindle. Embora as negociações estejam sempre cercadas de "não podemos comentar o assunto", algumas suposições indicam um sistema de pagamento mensal por um número específico de itens armazenados por vez. Se o cliente decidir manter o livro, pode pagar uma taxa extra, além da mensalidade/anuidade. E se isso realmente saísse a manchete "Amazon lança sistema de assinatura de livros"?
A questão que pode impedir isso, levanta o Huffington Post, é que as empresas da área editorial não andam felizes com o modo de negociar da Amazon, comparada a uma manada de elefantes em uma loja de cristais. A consequência? "Amazon enfrenta motim de publishers". Suposição que também tem lá seu fundo de verdade: no ano passado, um atrito entre a Penguin e a Amazon resultou em um "aviso" daquela companhia, que retirou da biblioteca do Kindle, por um breve período, todos os seus títulos. Irritadas com o tratamento que a gigante dos livros eletrônicos lhes dispensa, as empresas poderiam suspender a ofertas de seus livros por, diga-se, meses, e o que aconteceria então? Quanto tempo demoraria até que a Apple e a Barnes & Noble tentassem levar as editoras rebeldes para o lado dos seus respectivos tablets iPad e Nook?
A Amazon sempre poderia, em uma situação crítica como a anterior, tomar uma atitude extrema - e novamente virar manchete. "Amazon dá Kindles de graça", diriam os jornais, explicando que na verdade o aparelho seria gratuito na assinatura de um pacote como o Prime, por exemplo. É claro que o movimento não é barato, e na realidade neste momento, avalia o artigo do Huffington Post, não há um bom motivo para a empresa de Bezos seguir este caminho. Primeiro, muita gente está pagando pelo Kindle - então por que não vendê-lo? -, e além disso a plataforma de anúncios do tablet não parece ter sido adotada por muitas companhias. Por outro lado, se a Amazon quiser mandar o recado para os publishers de que não devem sair da linha, e de quebra aumentar sua base de clientes, além de enterrar de vez os esforços da Barnes & Noble, a opção é bem válida e provavelmente eficiente.
Apesar das previsões serem, de algum modo, jocosas, há ainda pela frente 12 meses de jornais para que se observe até onde a Amazon não vai, realmente, seguir algumas das "sugestões". Ou surpreender a todos com algum movimento imprevisível.
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