Única da Amazônia a receber a Copa, cidade espera que o torneio aqueça o mercado local de comunicação
Por Rodrigo Manzano
Manaus concentra uma das maiores produções industriais do País, mas o mercado publicitário depende, ainda, exclusivamente do varejo local e, mais recentemente, do aquecimento imobiliário que trouxe novos players para o setor e estimulou o mercado de propaganda e mídia, sobretudo nos últimos dois anos. Por isso mesmo, a realização da Copa do Mundo na cidade tem sido percebida por agências e veículos como uma oportunidade de mais investimentos, principalmente do varejo, que pode aproveitar a presença de seleções estrangeiras e turistas.
“A Copa vai passar rápido, vão ser apenas poucos jogos em Manaus”, reconhece Nílio Portela, CEO da agência Mene&Money. “Temos nos preocupado em saber como vamos nos preparar até lá, para começarmos a colher frutos a partir de agora”, completa. A Mene&Money antecipou seu calendário e está envolvida com a Copa do Mundo desde 2009, quando participou do processo de candidatura da cidade e trabalhou pela conquista da região amazônica como uma das sedes do evento.
A jovem agência The White, com apenas dois anos no mercado e contas como Grupo Simões (subsidiária local da Coca-Cola), Guaraná Real, Jaburá Pneus e da rede varejista de eletro-eletrônicos Ramsons (que, em 2010, aproveitou o clima de Copa na África do Sul para lançar uma campanha que se tornou um case de sucesso da agência), espera repetir a fórmula em 2014, mesmo obedecendo às políticas comerciais da Fifa.
A Ramsons e outros clientes já conversam com a agência sobre alternativas e campanhas para o ano de 2014. “Estão sendo feitas pesquisas de mercado para identificar potencialidades que podem ser desenvolvidas”, relata Luana Coelho, diretora financeira e de planejamento da agência. Mas há visões mais céticas. “Ninguém tem bola de cristal”, adverte Geraldo Ribeiro, da agência Tape.”Mas sempre temos a esperança de que os investimentos vão melhorar”, afirma. Para ele, os setores que podem se beneficiar, diretamente, da realização da Copa são varejo e serviços, principalmente destinados aos turistas que a cidade espera receber.
+ Marcelo Lima Filho, presidente do comitê local da Copa: ideia é incentivar turistas a estender sua permanência na cidade Crédito: Carla Lima
Veículos
O clima entre os grupos locais de mídia oscila entre a euforia e a espera. A Rede Calderaro de Comunicação – que concentra a TV A Crítica (afiliada da Rede Record) e Rede TV Manaus, rádio Jovem Pan, jornal A Crítica, Elemídia e operações na web e mobile – já começou o planejamento estratégico para aproveitar a Copa do Mundo com projetos especiais de cobertura jornalística e de serviço para os habitantes da região e turistas.
Dissica Calderaro, diretor presidente do Sistema A Crítica de Rádio e Televisão, afirma que não ser um parceiro oficial da Fifa tem até vantagens comerciais em relação aos concorrentes. Para ele, há mais liberdade de atuação junto a anunciantes que não estão ligados formalmente ao torneio. “Há uma gama de oportunidades de negócios, não tenho que cumprir o plano de mídia da Fifa”, diz Calderaro.
A Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo, não começou ainda seu planejamento e prevê que o plano local de comercialização estará nas ruas a partir do ano que vem. Para Gino Padial, diretor comercial do grupo, ainda é cedo demais. “Acredito que no início de 2012 se comece a sinalizar alguma coisa”, prevê.
Leia a reportagem completa na edição Meio & Mensagem Especial Oportunidades da Copa
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