Adbat/Tesla nasce com perspectivas de crescer 80% em dois anos e visando a venda a um grupo internacional no longo prazo
Mais uma agência digital independente se envolve em uma negociação no Brasil. Após as recentes vendas de Gringo e Fbiz para o grupo WPP, desta vez é a Tesla que se envolve em uma movimentação no setor. A agência comandada por Riccardo Pizzamiglio se fundiu com a Adbat¬, empresa focada em estratégia digital liderada por Adilson Batista e que iniciou suas operações oficialmente em setembro do ano passado.
A Adbat/Tesla inicia suas operações neste mês de julho, com 130 funcionários e tendo como principais clientes Mercedes-Benz, TAM, CVC, Roche, C&C e Rossi Construtora. As perspectivas apontam para um crescimento de 80% nos próximos dois anos, tanto na frente de ampliação de trabalhos dentro dos atuais clientes, quanto na de novos negócios, onde bancos e empresas de esporte estão no foco das prospecções.
O grande objetivo da agência é atuar como compradora de mídia digital. “Da nossa receita conjunta, de R$ 18 milhões, a maior parte está em projetos e produção. Mas a compra de mídia se tornará o coração do negócio, porque é nessa faixa que está o crescimento dos próximos anos”, afirma Batista.
De acordo com ele, a Adbat/Tesla passará por uma reestruturação de seu atendimento e reorganização de processos, para focar seu trabalho em compra de mídia. A maior parte dos clientes atuais fazem essas aquisições ou diretamente ou por meio de suas agências “tradicionais”.
“Seremos uma agência de comunicação ampla, com foco no digital. Estamos chamando nosso posicionamento de ‘agência do hoje’”, avisa o executivo, que detém 30% das ações da agência, mesma porção de Pizzamiglio e de Marcos Camano, os dois sócios-fundadores da Tesla. Os outros 10% estão diluídos entre os demais sócios-diretores: Tato Simon, Paula Balestrim e Eduardo Zardi, todos oriundos do lado Tesla.
Segundo Batista, a venda para um grupo internacional está nos planos, mas no longo prazo. “Primeiro, cuidaremos da casa.” Até o fim do ano, a empresa ocupará um prédio de quatro andares na capital paulista.
Adbat e Tesla estão se unindo sob o contexto de um mercado em intensa movimentação. Além das recentes aquisições de Gringo e Fbiz pelo grupo WPP e da união entre Mídia Digital e RMG Connect para formar a Casa, sob o guarda-chuva da JWT, há diversas outras transações. Uma delas foi a união das funções administrativas de Digitas e Razorfish no Publicis, que havia adquirido em 2008 a Tribal, que segue existindo e atendendo clientes nacionais. E isso sem contar as especulações que envolvem outras independentes que podem ser negociadas, tais como iThink, Lov, One Digital, Garage. Sinc, W3Haus, Tribo Interactive, Ginga e A1 Brasil.
No caso da Tesla, trata-se de uma empresa pioneira no mercado digital, em atividade desde 1995. Já a Adbat tem vida mais recente, tendo chegado ao mercado oficialmente em setembro do ano passado, embora já operasse alguns meses antes disso. Batista havia deixado a vice-presidência executiva da Wunderman em 2009 e decidiu abrir o novo negócio. “Montei a empresa quando enxerguei lacunas no mercado. Decidi focar a atuação em estratégia que compreendesse a entrega de serviços e planejamento digital”, afirma. “Mas muitos clientes queriam que a agência ampliasse a atuação e passasse a executar o planejamento. Então, buscamos uma parceria desse tipo”, revela.
Pelo lado da Tesla, segundo Pizzamiglio, a empresa precisava ampliar seus serviços estratégicos. “Os modelos de negócios são complementares. Não havia sobreposição de clientes e esses requisitos viabilizaram o acordo”, afirma. O executivo, além de sócio, será diretor financeiro da Adbat/Tesla.
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