A união das operações de Droga Raia e Drogasil poderá elevar as margens de negociação das redes com os laboratórios e ampliar a disputa sobre o preço dos genéricos.
Segundo laboratórios ouvidos pela Folha, a explicação está na lógica das negociações. Com maior escala de compra, as empresas podem barganhar descontos mais amplos para o consumidor.
O impacto, no entanto, não se estenderia aos chamados medicamentos de referência (não genéricos e sujeitos a prescrição), que têm o preço regulado pela Câmara de Medicamentos, órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Como são amplamente procurados pelas redes, a margem de descontos concedida pelos laboratórios é menor.
Segundo executivos próximos às negociações, uma estratégia de Droga Raia e Drogasil em genéricos seria adotar a mesma tática da Drogaria São Paulo, hoje líder de vendas, que arremata os lotes de genéricos dos laboratórios com menor preço.
Procurada, a rede não comentou a informação.
Os genéricos são vistos como uma das grandes fronteiras de competição para o setor, pois patentes de medicamentos importantes de grandes laboratórios vão vencer neste ano.
O segmento cresceu 30% nos últimos 12 meses e hoje atinge R$ 7,3 bilhões.
Os benefícios para o consumidor com a consolidação do setor, no entanto, não são tão evidentes aos olhos de Pedro Matizonkas, da ESPM.
"Os benefícios estão no ganho de musculatura das redes em número de lojas. O nível de serviço também precisa ser provado."
Juntas, Droga Raia e Drogasil atingem receita de R$ 4 bilhões e somam 700 lojas.
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