As companhias aéreas cortaram para US$ 4 bilhões suas expectativas de lucro para este ano nesta segunda-feira (6), pressionadas por preços elevados de combustível e problemas no Japão, norte da África e Oriente Médio. O valor representa uma queda de 54% em relação às previsões feitas em março, de ganho de US$ 8,6 bilhões, e um recuo de 78% frente ao lucro de US$ 18 bilhões registrado em 2010.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa a maior parte das companhias aéreas do mundo, também alertou para uma guerra comercial se a Europa seguir com os planos de forçar as transportadoras a aderirem a uma nova regulamentação de controle de emissões de poluição no próximo ano. A China já avisou que vai apoiar uma eventual ação legal.
As companhias aéreas afirmam que a nova regulamentação vai apenas aumentar os custos e adicionar pressão a um quadro de aperto causado pela fraqueza da economia global.
"Os ganhos de eficiência da última década e o fortalecimento do ambiente econômico global estão equilibrando o preço elevado do combustível", afirmou o diretor geral da Iata, Giovanni Bisignani, durante reunião anual da associação, em Cingapura. "Mas com uma margem de lucro ínfima de 0,7%, há pouco espaço para se lidar com novos choques", acrescentou.
A previsão de lucro das companhias aéreas pela Iata, de US$ 4 bilhões em 2011, se compara à estimativa anterior de ganho de US$ 8,6 bilhões feita em 2 de março, pouco antes do terremoto no Japão ter disparado uma crise nuclear no país. Desde então, levantes políticos em países árabes se espalharam e os preços do petróleo passaram a ser negociados acima dos US$ 100 o barril.
Economistas afirmam que o cenário da indústria é um referencial sobre o estado da recuperação dos mercados desenvolvidos e crescimento nas economias emergentes, que contam pesadamente com o transporte aéreo.
A Iata estima um barril de petróleo a US$ 110 o barril em média em 2011, alta de 15% sobre os US$ 96 de 2010, incentivando as companhias aéreas a aumentarem preços de passagens ou taxas de combustíveis para cobrir aumento de custos.
A entidade informou que prevê que a capacidade das companhias aéreas cresça 5,8% em 2011, acima da expansão de 4,7% esperada para a demanda. A diferença de 1,1 ponto percentual é maior que a de 0,3 ponto da estimativa anterior da Iata.
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