A importação de carros de marcas que não têm fábrica no Brasil quase dobrou --alta de 97,1%-- no primeiro quadrimestre deste ano, atingindo 52.074 unidades, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores).
Considerando apenas abril (16.593), houve expansão de 18,6% ante março e de 120,9% no confronto com o mesmo intervalo em 2010.
Os dados consideram as 30 filiadas à entidade: Aston Martin, Audi, Bentley, BMW, Chana, Chery, Chrysler, Dodge, Effa Changhe, Effa Hafei, Ferrari, Hafei Motor, Haima, JAC Motors, Jaguar, Jeep, Jinbei, Kia Motors, Koenigsegg, Lamborghini, Land Rover, Lifan, Maserati, Mini, Pagani, Porsche, Spyker, SsangYong, Suzuki e Volvo.
Com esse resultado, a participação das vendas dos associados à Abeiva chegou a 21,3% do total de carros importados no quadrimestre. O restante foi trazido por montadoras com fábrica no Brasil, principalmente da Argentina e do México, com os quais há acordos comerciais para isenção na alíquota de importação de 35%, de acordo com a logística de produção de cada empresa.
Segundo a Anfavea (associação das montadoras), o licenciamento de veículos novos importados como um todo cresceu 28,5% no primeiro quadrimestre. No mesmo intervalo, o emplacamento de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões produzidos no Brasil teve queda de 0,7%.
Desde o dia 10 deste mês, os automóveis que entram no país têm que pedir uma licença prévia para a liberação de guias de importação, o que, até então, era feito de forma automática. A mudança foi feita pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para "monitorar o fluxo de importações" do setor, de acordo com a assessoria de imprensa.
O órgão não admite que essa medida seja uma retaliação do governo brasileiro ao argentino, que dificulta a entrada dos produtos nacionais naquele mercado, mas o secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, vai se reunir na próxima semana com o secretário da pasta equivalente argentina, Eduardo Bianchi, para tentar solucionar o litígio comercial.
A mudança "preocupa", segundo José Luiz Gandini, presidente da Abeiva, mas a entidade afirmar "confiar no bom senso do governo". "O nosso setor está hoje maduro e consolidado, a ponto de dispor de 771 concessionárias autorizadas de 30 marcas", destacou.
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