Depois dos passeios de cruzeiro e da primeira viagem internacional, a classe C passou a frequentar também resorts de luxo espalhados pelo litoral brasileiro. Com direito a trilha sonora.
Shows de pagode, sertanejo e axé estão atraindo a nova classe média para os empreendimentos, concebidos para a classe A.
"É uma estratégia para atrair a classe C, motivada por produtos diferentes daqueles de turistas internacionais para os quais os resorts foram desenvolvidos", disse o presidente da Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), Luiz Lessa.
Segundo o presidente da Resorts Brasil (associação do setor), Rubens Régis, os eventos atraem pessoas das classes C e B, mas não expulsam hóspedes classe A.
"É muito democrático. A gente faz em dez vezes e percebe que mesmo os fãs com origem mais humilde vêm", diz ele, que é também diretor do resort Costão do Santinho, em Florianópolis. No resort, já houve sorteio de entradas nos camarins dos artistas para autógrafos e fotos.
Os shows, segundo ele, são uma forma de os resorts continuarem atrativos apesar do dólar baixo, que afasta estrangeiros e facilita a ida de brasileiros para o exterior.
Os resorts começaram a perder hóspedes com a crise de 2008. Hoje, os turistas brasileiros já são 80% dos clientes _em 2008, eram 53%.
PROMOÇÃO
O calendário está cheio: no próximos meses, haverá shows de Exaltasamba, Dudu Nobre e Chitãozinho e Xororó em resorts no Rio, na Bahia e em Santa Catarina.
No Carnaval, o sambista Diogo Nogueira se apresentou no Costão do Santinho.
Para Renato Meirelles, sócio e diretor do Instituto Data Popular, especializado em baixa renda, os shows em resorts têm um apelo econômico. "Quando a classe C vai a um resort que tem um show, a sensação é que está levando dois por um, como se fosse promoção."
Pesquisa feita pelo instituto revelou que os emergentes estão trocando a hospedagem na casa de amigos e parentes por hotéis. Entre as pessoas que se hospedam em hotéis, 35% são da classe C.
Mostrou ainda que, entre os consumidores da classe C, 65% não se importam em pagar mais por mais conforto.
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