A montadora chinesa Chery acaba de dar sua cartada mais alta na disputa pelo mercado brasileiro, anunciando nesta quinta-feira (28), num evento no Rio de Janeiro, um preço fechado de R$ 22.990 para o subcompacto (3,55 metros de comprimento) QQ.
Esse valor coloca o carro como o mais barato à venda no Brasil, abaixo até mesmo do Fiat Mille, que ultrapassa R$ 23 mil, e do Effa M100, que sai por mais de R$ 24 mil.
A Chery afirma que vendeu 7.800 carros no Brasil ao longo de 2010, entre unidades do SUV Tiggo (seu primeiro lançamento por aqui), do monovolume Face e do Cielo, que tem carrocerias de dois e três volumes. Com a chegada do QQ, quer atingir 25 mil emplacamentos até o final de 2011. Destes, 12 mil seriam do novo carrinho.
O subcompacto foi apresentado inicialmente ao público brasileiro durante o Salão do Automóvel de São Paulo de 2010, e já foi testado por UOL Carros, com exclusividade, na mesma configuração que chega às lojas agora.
O QQ -- cujo nome, em chinês, soa como o termo usado para alguém "fofo", "engraçadinho" ou "delicado" -- entra na briga pela chamada nova classe C brasileira, fermentada ao longo dos oito anos do governo Lula e que agora varre a economia verde-amarela com um tsunami de 90 milhões de consumidores em potencial.
A ideia é oferecer um pacotão de equipamentos de série na versão única -- isso já aconteceu com os modelos Chery anteriores, e é também a receita da JAC Motors e seu J3.
Assim, o QQ já vem com ar-condicionado e direção hidráulica, vidros elétricos, luzes de neblina, ABS (freios antitravamento) e duplo airbag, entre outros itens. O motor é de 1,1 litro e 68 cavalos de potência, apenas a gasolina -- o modelo deve ganhar propulsor flex de 1 litro em 2012. Será precedido nisso pelo compacto Fulwin, hatch e sedã, que a Chery deve trazer ao país ainda este ano com propulsor bicombustível de 1,5 litro e posicionado logo abaixo do Cielo.
REVISÃO EM CONTA
Outra medida que visa diretamente ao bolso dos consumidores emergentes é oferecer planos de revisão com preço fixo e muito baixos. As quatro revisões obrigatórias, de 2.500, 10.000, 20.000 e 40.000 km, custam juntas R$ 596, valor menor que o de uma única revisão da maior parte dos modelos à venda no Brasil. A garantia é de três anos.
A Chery conta hoje com 74 concessionárias operando no país (praticamente todos os Estados têm uma) e garante que, até o final de 2011, chegará a 100 lojas.
De acordo com o presidente da Chery do Brasil, a estratégia da marca, que já é a maior montadora independente (sem participação estatal) da China, é apostar no mercado brasileiro mesmo sem ganhar dinheiro pelos próximos dez anos -- em boa parte desse período ela já terá uma fábrica no interior de São Paulo. Outros mercados cruciais para a empresa são Rússia, Índia e África do Sul.
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