Na contramão da valorização do ensino técnico pelo mercado, há cursos profissionalizantes com vagas de sobra e os que não abrem por falta de interessados.
No Centro Paula Souza, do governo paulista, 3% não atingem número suficiente de inscritos, principalmente os do interior e os ministrados à tarde -como o técnico em museus e o de mineração.
No de papel e celulose oferecido na região de Campinas (93 km da capital), por exemplo, metade das vagas foram ocupadas no primeiro semestre. "[O curso] é muito novo", explica o coordenador, Afonso de Moura.
A baixa procura também se deve à falta de divulgação, opina Luiz Carlos Gonçalves Júnior, 28, técnico em embalagem. "Meus amigos souberam [do curso] quando as inscrições haviam terminado."
Para Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getulio Vargas), no entanto, o ensino técnico é alvo de preconceito, em detrimento do curso superior.
A bancária Mayara Silva, 18, aluna do técnico em nutrição no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), quer cursar engenharia de alimentos.
"As propostas de emprego que recebo para a área técnica não cobrem o meu salário. Quero um curso superior para ter uma visão mais abrangente do setor de alimentos."
Para Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), a baixa adesão é rara na instituição. "A empregabilidade é alta."
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