Lançado há quatro meses, o site criado por Gustavo Mota e João Paulo Coelho já atrai clientes de outros países.
A Young Media, dos sócios Gustavo Mota e João Paulo Coelho, foi criada em 1999 e era apenas mais uma agência de mídia digital. Mas isso mudou há quatro meses, quando eles resolveram inovar e lançaram o site We do logos.
Ainda sem concorrentes no Brasil, a criação dos jovens está fazendo sucesso. A iniciativa, que busca atender principalmente micro empresas, faz uma ponte entre designers e contratantes.
"Criamos uma plataforma onde microempresários que não possuem muita verba para investir na logomarca e projeto visual da empresa anunciam o valor disponível para o projeto. Os designers interessados a participarem do projeto e que são cadastrados no site produzem sem nenhum compromisso opções para o trabalho. O designer que tiver a logomarca selecionada, leva a quantia estipulada", afirma Mota.
A criação não foi ideia deles, mas sim de um site americano , o crowdspring. Apesar disso, o negócio fez tanto sucesso aqui no Brasil que só de designers cadastrados o site já possui 6 mil. O número de clientes é um pouco menor, 700, mas Mota afirma que é maior do que o número de clientes que a Young Media já atendeu desde seu início.
"Desde que começamos o novo site, já pagamos R$ 40 mil aos designers que prestaram serviço e temos mais R$ 120 mil em aberto para propostas que ainda não foram entregues", afirma Mota.
O cliente estipula o prazo para que os designers elaborem seus projetos. Se nenhuma das opções agradar, ele recebe de volta o valor integral pago e os designers não ganham nada, assumem o risco. A questão gera uma certa polêmica, pois alguns profissionais da área criticam o modelo de negócio.
"A partir do momento que não é o designer que precifica sua criação, gera uma inversão de valores e isso não é positivo para os profissionais. O que eu vejo é que a qualidade oferecida por esses supostos designers é muito inferior a de um profissional. São pessoas que sabem mexer em um programa gráfico. Mas isso é possível encontrar em uma gráfica rápida, apenas com o custo da impressão", afirma Juliana Godinho, designer e sócia do estúdio de design Ateliê Ludovico, que acredita ainda que isso degrine a imagem do profissional da área.
Mas Mota afirma que esse não é o objetivo. "O nosso cliente é aquele que não iria investir em um profissional da área por falta de recurso. O que fazemos é oferecer um outro recurso a ele."
Intermediação
Para tornar o negócio lucrativo, a empresa cobra uma comissão de 20% para cada negócio fechado na plataforma. E Mota afirma que hoje o site já fatura mais do que a agência Young Media, representando 80% do faturamento total. O sucesso do negócio já ultrapassou as fronteiras do Brasil, e empresas e designers de países como Argentina,_Portugal e Estados Unidos já recorrem ao site brasileiro.
O sucesso do negócio já faz Mota traçar planos para o médio prazo. No próximo ano a empresa planeja um escritório na Argentina. "Hoje temos 30 projetos novos por dia, e como a América Latina é um mercado que pretendemos crescer, é fundamental que haja um escritório fora do Brasil."
Para ampliar a atuação, Mota conta que está em negociação com um fundo de investimento. O objetivo é conseguir R$ 3 milhões em troca de 29% da sociedade. "Estamos já em processo avançado de negociação. Estamos dispostos a vender de 25% a 49%", afirma Mota.
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