Principais holdings globais de comunicação apresentam balanços anuais positivos; líder, WPP ultrapassou 1 bilhão de libras
Não houve crise, recessão ou receio de uma delas que impedisse o crescimento do lucro e da receita dos principais grupos de comunicação do mundo. Com a apresentação de seus balanços durante as últimas semanas, as holdings demonstraram que, apesar de incertezas que circularam pelas estratégias de marketing de muitos anunciantes, não houve retração significativa em uma visão global.
O WPP não só celebrou o aumento de 7,4% em sua receita, em relação ao ano anterior, como também alcançou receita e lucro recorde em 2011, ultrapassando, pela primeira vez em sua história, £ 10 bilhões de receita e £ 1 bilhão de lucro, alta de 18%. A maior holding de comunicação do mundo, comandada pelo ceo Martin Sorrell e controladora de redes de agências como Y&R, Ogilvy e JWT, reportou receita de £ 10,022 bi, aproximadamente US$ 16 bilhões. Com isso, o grupo se mantém na liderança entre os de maior receita.
Em sua divisão regional, a América do Norte se mantém como o mercado de maior receita do britânico WPP, US$ 5,4 bilhões, representando 34% do total, apesar de ter crescido apenas 2,7%. Em seguida aparecem AP, LA, AME, CEE – união de Ásia-Pacífico, América Latina, África,
Oriente Médio, Europa Central e Oriental, que correspondem a 29% da receita do grupo, cerca de US$ 4,7 bilhões, e teve crescimento de 12,5%. A Europa Ocidental corresponde a US$ 4 bilhões do montante anunciado pelo WPP em 2011, 25% do total, tendo crescido 7,7% – com exceção do Reino Unido, que tem medição em separado e apresentou crescimento de 8,8% no período, provendo receita de US$ 1,9 bilhões, 12% do bolo. Em sub-regiões, a América Latina foi a de maior crescimento, 14%. O Bric (reunião de Brasil, Rússia, Índia e China) também foi citado no relatório financeiro do WPP como de grande relevância para o avanço acelerado da região AP, LA, AME, CEE.
A maior parte da receita da holding continua proveniente da publicidade e de serviços de mídia: 41% do total, que representa US$ 6,6 bilhões. Em seguida aparecem BI, HC & SC – branding e identidade, healthcare e comunicação especializada, que rendeu ao grupo US$ 4 bilhões, 26% da receita total do WPP. Número próximo veio da divisão Consumer Insight, voltada à divisão de pesquisa e análise de mercado: US$ 3,9 bilhões e 24% do todo. Completam a receita os 9% provenientes de PR & PA, que compreende as empresas de relações públicas e que acrescentou à receita do grupo US$ 1,4 bilhão.
Omnicom é a segunda
A holding que mais se aproximou do WPP foi a Omnicom, que teve 10,6% de crescimento em sua receita em 2011. O grupo, controlador das redes BBDO, DDB e TBWA, chegou à cifra de US$ 13,9 bilhões. Seu lucro também foi significativamente positivo, crescendo 15,1% e chegando a US$ 952 milhões. O balanço financeiro da holding não é dividido entre regiões, citando apenas o montante relativo ao mercado doméstico (nos Estados Unidos) e internacional. A separação mostra que 52% de sua receita vem do mercado americano, que foi responsável por US$ 7,04 bilhões do montante final, crescendo 5,5% em relação ao ano anterior. Já suas operações fora dos EUA tiveram, no geral, receita acrescida em 16,5%, chegando a US$ 6,8 bilhões. Em seguida, mantendo o posto de terceiro maior grupo de comunicação do mundo, aparece o Publicis Groupe, liderado pelo chairman e ceo Maurice Lévy.
A empresa, que tem entre suas redes de agências a Publicis, a Leo Burnett e a Saatchi & Saatchi, alcançou receita de € 5,8 bilhões – aproximadamente US$ 7,7 bi –, o que representa um crescimento de 7,3% no comparativo com 2010. Seu lucro teve alta de 14,1%, chegando a US$ 800 milhões. A principal porção da receita do Publicis Groupe veio do mercado norte-americano, € 2,7 bilhões, frente a € 1,9 bi na Europa, € 690 milhões na Ásia-Pacífico, €
374 milhões na América Latina e € 159 milhões na Àfrica e Oriente Médio. O maior crescimento, porém, é relacionado ao mercado latino-americano, 31,7%, com 11,8% de crescimento no mercado Ásia-Pacífico, 6,3% na Europa, 6% na África e Oriente Médio e 4,4% na América do Norte. Especificamente no Brasil, o crescimento de receita do grupo chegou a 2,8%. No último ano, a holding concluiu a aquisição das operações de Talent, DPZ e GP7 – atual Publicis Red Lion.
Mais crescimento
Com receita próxima à da holding de origem francesa está o americano Interpublic, controlador das redes McCann, Draftfcb e Lowe, entre outros. O grupo apresentou 6,1% de crescimento em receita durante 2011, chegando a US$ 7 bilhões. Seu lucro também teve crescimento em relação a 2010, mesmo que leve: 0,6%, chegando a US$ 551,5 milhões. De acordo com as análises citadas no balanço financeiro, todas as suas redes globais contribuíram para a performance positiva – apesar de não terem sido divulgados dados isolados. Também foram mencionados os investimentos voltados ao mercado digital e aos mercados emergentes, além da vitalidade de suas operações domésticas.
O Havas também divulgou seus resultados referentes a 2011 com números positivos. Sua receita no período foi de € 1,64 bilhão, aproximadamente US$ 2,2 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 5,6% em relação a 2010. O lucro teve alta de 9%, chegando a US$ 160 milhões. A América Latina teve grande peso na alta, ampliando seu faturamento em cerca de 21%, com resultados positivos vindos de todos os países onde o grupo atua, de acordo com o balanço financeiro. O mercado de Ásia-Pacífico, impulsionado por China e Austrália, cresceu 9,8%, enquanto América do Norte teve crescimento de 6,8% e a Europa, 3,6%. O relatório, porém, não esclarece qual a participação de cada um desses mercados no bolo total.
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