sexta-feira, 2 de março de 2012

Corretor está mais jovem e escolarizado

Eles estão mais preparados, mais jovens e menos desiguais.  Enquanto a participação feminina e a escolaridade crescem entre os mais de 160 mil corretores espalhados por todo o País, a idade média desses profissionais está diminuindo.  Os destaques aparecem na edição 2011 do Perfil dos Corretores de Imóveis e Imobiliárias do Brasil, iniciativa do Sistema Cofeci-Creci divulgado em primeira mão pelo Estado.


 Este é o terceiro levantamento realizado pela entidade federal responsável pela fiscalização profissional da corretagem de imóveis.  As outras duas pesquisas do gênero foram feitas em 2005 e 1995 respectivamente.
 ”A partir de 2004, tivemos uma mudança muito grande no mercado com a chegada dos financiamentos.  Houve um salto qualitativo e quantitativo nos profissionais”, diz o presidente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro da Silva.
 Para o presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Corretores de Imóveis (ABCI), Francisco Zagari, há 42 anos no mercado, a maior parte dos novos trabalhadores entrou no mercado por euforia.  ”São corretores que ficam nos plantões de vendas. “
 Quase 70% dos inscritos nos conselhos regionais, de acordo com a pesquisa, estão há menos de 10 anos na atividade, e apenas 16% têm vínculos há mais de dez anos e menos de 20.
 Escolaridade. Os profissionais que se declararam com ao menos formação superior passaram de 51% em 2005 para 53,5% no levantamento do ano passado – caso do corretor paulista José Antônio Macedo Rodrigues, o Everton.  Depois de uma vida dedicada ao comércio exterior na aviação civil, ele enveredou pela corretagem – antes no mercado de seguros e, desde julho de 2011, no de imóveis.
 ”Pretendo seguir na área o resto da minha vida.  Na realidade, não é uma profissão que limita pela idade”, diz.  Aos 55 anos, ele integra o grupo mais numeroso de profissionais na área: 53% de todos os corretores ouvidos pela pesquisa tinham entre 40 e 60 anos no momento de inscrição nos conselhos regionais.
 Mudanças. A idade média desses trabalhadores entre 2010 e 2011 ficou em 39 anos, dois a menos do que o resultado obtido entre 2000 e 2009, segundo o Cofeci.  A diminuição da faixa etária na categoria tem sido tendência nos últimos anos.  ”Hoje, há pessoas que vêm receber autorização do Creci aos 18 anos de idade.  Para elas, essa é a primeira profissão, uma opção de vida.  E isso puxa a média para baixo”, diz o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto.
 Os homens ainda dominam a corretagem, mas a presença feminina cresceu desde 2005.  Antes elas representavam 21% de todos dos profissionais.  Hoje, chegam a quase 33%.
Viana Neto acredita que a postura atenciosa das mulheres dá a elas vantagem nas vendas de imóveis.  Em 8 de março, dia internacional da mulher, a entidade paulista realizará uma cerimônia para a entrega de inscrições a alunas do curso técnico em negócios imobiliários – necessário para a regulamentação trabalhista na atividade.
 Sete em cada dez profissionais em atividade do País atuam como autônomos, ou seja, não têm vínculo empregatício tradicional – essa é uma característica da categoria e, em geral, não causa descontentamentos.
 ”É fato que, no mercado de hoje, muitos corretores acham que têm que ter carteira, mas tradicionalmente o corretor quer estar livre.  Quando se coloca um salário, limita-se o ganho”, diz o presidente do Creci-SP.
 A maior parte dos profissionais mostra-se satisfeita com as perspectivas profissionais da área.  A aprovação supera os 50% entre os corretores consultados na pesquisa.  Mesmo com o otimismo, os representantes da corretagem ainda enxergam desafios: “Temos de consolidar a profissão no âmbito da sociedade”, diz Viana Neto.

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