sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ford restabelece dividendos depois de cinco anos

Eles custarão à Ford cerca de US$ 190 milhões no primeiro trimestre. Companhia acredita que é forte o suficiente para restaurar os dividendos.

A Ford Motor restabeleceu seus dividendos pela primeira vez em cinco anos nesta quinta-feira (8), com pagamento de US$ 0,05, que a segunda maior montadora do mundo pretende manter mesmo durante algum declínio futuro da atividade comercial. Os dividendos serão entregues aos donos de ações ordinárias e preferenciais classe B em março, e custarão à Ford cerca de US$ 190 milhões no primeiro trimestre.

Se for pago ao longo do ano, a Ford desembolsará US$ 760 milhões em dividendos. A compannhia possuía cerca de 3,8 bilhões de ações em circulação. A última vez que a companhia pagou dividendos trimestrais, também de US$ 0,05, foi em setembro de 2006, quando a Ford estava em crise.

Naquele mesmo mês, o presidente do Conselho de Administração, Bill Ford, levou Alan Mulally como presidente-executivo da Ford para liderar uma reviravolta na companhia e impedir uma concordata.

"Comparado ao passado, nós reestruturamos a companhia substancialmente", afirmou o diretor financeiro Lewis Booth durante uma teleconferência.

A retomada da Ford levanta questões sobre o que a concorrente norte-americana General Motors vai fazer com sua gigantesca pilha de dinheiro, disse em relatório o analista Itay Michaeli, do Citigroup.

A GM, que recebeu um plano de resgate federal e retornou ao mercado de capitais em novembro de 2010, encerrou o terceiro trimestre com US$ 33 bilhões em caixa.

A decisão da Ford em reativar os dividendos acontece em um momento em que a indústria automotiva europeia sofre desacelearação que prejudica as margens de lucros. No terceiro trimestre, a Ford perdeu US$ 306 milhões na Europa e a GM também está sofrendo.

No entanto, a Ford acredita que é forte o suficiente para restaurar os dividendos. "Nós fizemos testes de estresse, olhando para cenários diferentes na Europa e nos sentimos confortáveis em uma base mundial de que podemos recomeçar os dividendos", disse Booth a repórteres.

 

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