A inflação está controlada nos últimos anos e os aumentos de preços têm sido modestos. Mas com o aumento de venda de carros novos, os grandes centros urbanos estão cada vez mais lotados e os espaços para estacionamento se escasseiam.
Galpões de antigas fábricas e espaços vazios nas áreas urbanas se transformam em valiosos negócios, que, com pouco ou nenhum investimento, têm um faturamento invejável, já que mesmo com a abertura de novos estabelecimentos, a procura continua maior que a oferta, provocando uma inversão de valores.
Por exemplo: parar no estacionamento de um hospital em São Paulo pode custar mais caro do que a consulta médica. O serviço ao redor do estádio do Pacaembu é mais caro do que o ingresso do jogo e é comum você ter que desembolsar um valor maior para o manobrista do restaurante do que o preço do prato.
Exagero? Nada disso. Nos últimos cinco anos estacionar o carro em São Paulo ficou 116,1% mais caro, conforme levantamento daAgência AutoInforme para a elaboração da Inflação do Carro, que a cada mês indica a variação de gastos que o motorista tem para usar o carro e fazer a manutenção preventiva.
"O aumento do serviço de estacionamento coincide com o aumento de vendas de veículos, que disparou na última década. Mas é um serviço simples, que não exige grande investimento. Basta um terreno vago. Por isso trata-se de uma alta de preço abusiva", considera Cláudio De Simone, responsável pelo levantamento dos preços de produtos e serviços considerados na Inflação do Carro.
Ele compara a alta do preço do estacionamento com a inflação oficial. "O preço para estacionar o carro subiu quase quatro vezes mais do que a inflação nos últimos cinco anos: o INPC - Índice Nacional de Preço ao Consumidor, medido pelo IBGE, teve uma variação de em 29,7% no período".
O INPC abrange as regiões metropolitanas das principais capitais do Brasil e inclui alimentação, despesas pessoais, vestuário, habitação, transportes, saúde e artigos de residência. Outro índice, o IPC - Índice de Preços ao Consumidor, da FIPE, que mede a variação de preços para o consumidor na cidade de São Paulo, com base em gastos de famílias que ganham de um a vinte salários mínimos, registrou alta semelhante: 28,5% nos últimos cinco anos.
Levantamento feito pela Agência AutoInforme em janeiro de 2007 mostrou que o preço para o motorista estacionar duas horas no período diurno em São Paulo era de R$ 6,00. O último levantamento, feito para apurar a inflação de novembro de 2011, registrou o preço médio de R$ 14,00 para o mesmo serviço.
A pesquisa AutoInforme apura os preços praticados em estabelecimentos especializados em todas as regiões metropolitanas em horário comercial. Não são pesquisados os preços dos Vallets noturnos.
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