Competitividade e inovação são as prioridades da vez na indústria em geral e no setor automobilístico em particular. Temas difíceis de desenvolver, por não haver fórmulas prontas e depender de ações da sociedade envolvendo consumidor, governo, academia e indústria. Mentalidades precisam mudar a fim de expor melhor a elogiada criatividade brasileira. Há alguns anos, quando o país representava 2% do PIB mundial, respondia apenas por 0,1% das patentes no mundo. Mas na produção de estudos técnicos e científicos chegamos a 2,7%.
A iniciativa do governo federal para criar um novo regime de produção até 2016 não parece suficiente para atender aquelas duas demandas, embora represente a segurança de aumento de empregos pela confirmação de investimentos anunciados e a anunciar. Pormenores dessa estratégia só serão conhecidos em meados de dezembro, quando efetivamente o aumento de IPI para todos os modelos não produzidos no Mercosul e México entrar em vigor. A Justiça impôs uma fragorosa derrota ao governo ao adiar por 90 dias o início da taxação, que valerá por um ano. A intenção de exigir contrapartida em gastos com pesquisas no próprio país é válida, porém não resolve tudo.
Essa preocupação esteve no centro dos debates de duas importantes associações, durante o XIX Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (SIMEA), da AEA e o XX Congresso de Tecnologia da Mobilidade, da SAE Brasil, ambos realizados em São Paulo.
POR UMA TECNOLOGIA ACESSÍVEL
Na realidade, não basta incentivar a expansão do uso de novas tecnologias que, no fundo, dependem de preço e poder aquisitivo do comprador. É necessário induzir o desenvolvimento de tecnologias aqui aplicáveis. Um exemplo citado no SIMEA: navegadores GPS simples, sem funções agregadas, poderiam ter preço menor a ponto de se tornar item de série. O mercado precisa de inovações visíveis, porém ao mesmo tempo de sobrevivência, ou seja, acessíveis a todos os bolsos.
Na realidade, não basta incentivar a expansão do uso de novas tecnologias que, no fundo, dependem de preço e poder aquisitivo do comprador. É necessário induzir o desenvolvimento de tecnologias aqui aplicáveis. Um exemplo citado no SIMEA: navegadores GPS simples, sem funções agregadas, poderiam ter preço menor a ponto de se tornar item de série. O mercado precisa de inovações visíveis, porém ao mesmo tempo de sobrevivência, ou seja, acessíveis a todos os bolsos.
Deve-se ficar de olho também na conectividade veicular. Produziram-se mais de 70 milhões de veículos no mundo, em 2010, mas apenas 7% podiam se beneficiar de recursos como navegação inteligente e notificação automática de acidentes. No Congresso SAE discutiram-se os desafios para chegar à eletrônica de baixo custo e estender novos serviços a maior número de pessoas.
Os 142 estandes da exposição de tecnologia do congresso demonstraram a efervescência da tecnologia atual. Desde o sistema de direção elétrica para carros baratos, da DHB; o conceito LESS, da Schaeffler, para redução de peso e consumo; o Light Strings, da 3M, cabos de fibra óptica de alta flexibilidade e uniformidade luminosa, utilizáveis de forma funcional ou decorativa; até novos recursos de segurança passiva da TRW, como airbag de teto para passageiro ao lado do motorista e retrator do cinto de segurança acionado pelo sistema de frenagem anticolisão automática. Visteon apresentou o C-Beyond, seu próprio carro-conceito com tecnologias de ponta e materiais alternativos.
Os dois eventos totalizaram mais de 200 trabalhos técnicos, incluindo os internacionais. Comprovação que não estamos desligados do mundo e sim à procura de integração desses avanços aos veículos aqui produzidos.
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