sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Franquias esperam até dois anos por espaço em shopping

Copa do Mundo impulsiona a procura por lojas nas praças de alimentação dos grandes centros de compras de São Paulo e cidades adjacentes

São Paulo

Com a aproximação da Copa do Mundo de 2014,  franquias de alimentação fora do lar  já precisam enfrentar filas de até dois anos para obter  um ponto comercial nas praças de alimentação dos grandes shoppings de São Paulo e cidades adjacentes. Além do tempo dispensado para ocupar uma vaga, os empresários do ramo   reclamam dos altos preços cobrados nesses centros de compras, que chegam a R$ 5 mil para a aquisição de um metro quadrado em estabelecimentos tradicionais. 

No Shopping Iguatemi,  que tem o metro quadrado mais caro do País,  por exemplo, a  espera por  um ponto comercial  na praça de alimentação    pode levar  até cinco anos,  revelam  franqueados entrevistados pelo DCI. Fatores como manter uma   boa relação com os empreendendores dos shoppings contam muito na hora de garantir uma vaga. “Está mais fácil conseguir um espaço de shopping   na  planta   do que aguardar uma vaga nos já existentes”, diz Adenilso Soares, fundador da rede de Campinas,  Risotto   Mix, 80% de cujo crescimento se dão nos shoppings novos.

A franquia, que conta com  31 lojas abertas —   17 das quais estão em fase de conclusão —  planeja investir R$ 10 milhões com a meta  de ter  48 lojas  em todo o Brasil até a Copa do Mundo. No momento, concentra esforços para  investir, especialmente no eixo Rio-São Paulo,  com foco na realização do Mundial. Na mira,  está a cidade do   Rio de Janeiro, onde a franquia   ainda não desembarcou e onde  deseja  ter  cinco  lojas até 2014 .  “Já estamos com duas lojas programadas para abrir no Rio esse ano”, diz o empresário Adenilson Soares. 

Além de oferecer um cardápio explicativo para o turista (mostrando as especificidades de cada prato em inglês e em português) outro propósito será o de investir no  treinamento de seus 800 funcionários e focar pesadamente em ações de marketing. De acordo com o fundador da rede,   a intenção será     ampliar principalmente o número de   contatos nas redes sociais.

De olho em expansão, outra grande franquia  do setor,  a  Rei do Mate,  procura diversificar  seus  canais de vendas, que  não incluem só as lojas    dos shoppings, mas as unidades localizadas em galerias e pontos de rua. A meta é   ultrapassar a fronteira das 300 lojas, somando  mais 70 lojas até a realização do Mundial.

O modelo de negócio inclui continuar apostando no  conceito  store-in-store, ou loja-dentro-da- -loja , iniciado em 2010,  por meio de uma parceria com a empresa  de artigos esportivos Decathlon.    “Com esse modelo, já abrimos lojas no interior da Decathlon em shoppings de Ribeirão Preto e São Paulo. Nossa visão é  de que uma loja de material esportivo não abre para durar  pouco tempo, por isso  temos  aí uma nova oportunidade de negócio, dentro desse  padrão visual mais moderno e com perfil adequado às novas faixas de consumidores”, explica o diretor de Franquias da Rei do Mate,  João Batista da Silva. A empresa prepara-se  para   destinar   R$ 20 milhões até 2014 nor  reposicionamento da sua marca e na  reformulação das novas franquias, visando ainda a ampliar o mix de produtos  das novas unidades. 

Na opinião do executivo,  a  maior dificuldade para  obter a tão sonhada  cobertura nacional  será a de   vencer  as barreiras culturais,  caso da cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, única dentre as 12 sedes do mundial onde a rede ainda não está presente. “Trata-se de uma cidade muito ‘bairrista’ e que  deverá ser trabalhada com mais  cuidado”, diz  João Batista Torres.

A empresa também projeta   dirigir suas atenções ao treinamento de funcionários, especialmente nas  áreas de maior apelo turístico.  Exemplo disso  será  a unidade  localizada no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. “Nosso planejamento é de continuidade. Não seguimos  exatamente o calendário da  Copa do Mundo, mas é claro que   durante o período   dos jogos daremos mais atenção a esses  pontos  de maior visitação turística”, diz. 

Empregos 

O maior evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo, a ser realizada no Brasil em 2014, deverá gerar  seis milhões de novos empregos, apontam previsões do Ministério do Turismo, sendo que boa  parte dessa mão de obra será empregada no setor de alimentação fora do lar das 12 cidades-sede do mundial.  A diversidade gastronômica é um diferencial competitivo do turismo brasileiro. As demandas não são poucas: maîtres, recepcionistas, garçons, cumins, cozinheiros e auxiliares de cozinha estão entre as profissões mais requisitadas para atender os estrangeiros.

Até 2012, o Programa Receber bem a Copa, parceria firmada entre o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel),   deverá treinar 306 mil profissionais em  diversas áreas ligadas ao turismo.

De acordo com a entidade, o setor de alimentação fora do lar emprega seis milhões de pessoas, o que faz dele uma  importante fonte de renda familiar.    

 

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