terça-feira, 23 de agosto de 2011

Holografia será o futuro do 3D


O presidente da divisão de entretenimento interativo da Sony, Shuhei Yoshida, acredita ser difícil estimar como serão os jogos em 10 anos, mas supõe que “as pessoas querem ver nas telas seres humanos digitais, que se pareçam com eles”.

Mick Hocking, o vice-presidente do grupo de estudo da companhia, disse que, partindo dessa premissa, o caminho será conseguir “que os personagens se pareçam com atores”.
O exemplo que ilustra essa ideia é o videogame L.A. Noire, que se baseia em movimentos reais de atores para criar personagens, testemunhas de crimes cujos gestos devem ser estudados pelos jogadores para saber se o que dizem é verdade.
Contudo, não só é necessário que as figuras virtuais se pareçam com pessoas reais: a interatividade por meio de sensores de movimento permitirá, segundo Yoshida, “detectar” os gestos do jogador, para saber se está triste ou alegre, e que o console possa reagir em função disso.
Se a tecnologia 3D se instalou de vez nos consoles, as melhorias desse recurso não se limitarão a permitir vários jogadores possam interagir de diferentes ângulos da tela e continuar apreciando o efeito estereoscópico (algo que, segundo estes especialistas, será possível em breve). O próximo passo, em 10 anos, seria as holografias.
“Será útil para transmitir essa sensação de que os personagens falam diretamente com o jogador”, afirma Yoshida, ao que Hocking acrescenta que os avanços na tecnologia holográfica permitirão que os objetos do jogo e os personagens saiam da tela “e que possam ver a seu redor”.
O que parece não ter retorno é a conexão dos jogos com redes sociais, algo que para Yoshida “está acontecendo naturalmente” e que segundo Mark Cerny, outro especialista presente no debate e criador de títulos como MotorStorm, “em um mundo com Facebook, o modo de jogo desligado será impensável dentro de três anos”.
Para Hocking, sagas como Uncharted demonstram que o caminho dos jogos está “nas tramas cinematográficas. Os jogos serão quase filmes não só pelo realismo das imagens, mas também pelas tramas e a capacidade de despertar emoções nos jogadores”.
Game designers como Kellee Santiago e Gareth Edmonson concordam que os temas dos jogos são muitas vezes condicionados pelo risco econômico que representa assumir um projeto que foge do típico jogo de ação, mas permitem uma maior acessibilidade por meio de sensores de movimento.
Yoshida não revelou nada sobre a estratégia da Sony neste sentido, mas sua opinião não pôde ser mais clara: “Eu também quero menos Call of Duty e mais Heavy Rain. Fazem falta mais jogos que te façam pensar e sentir”.

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