Uma prova de que os segmentos de transporte de cargas e de caminhões estão aquecidos foi dada durante a 13ª Transpo-Sul – Feira e Congresso de Transporte e Logística.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), José Carlos Silvano, lembra que, antes do evento, a estimativa do volume de negócios que seriam concretizados era de cerca de R$ 50 milhões. No entanto, o dirigente calcula que o valor alcançado é o dobro do inicialmente projetado. Na sexta-feira, último dia de atividades, ainda foi discutida a situação trabalhista na cadeia do transporte. O destaque ficou por conta da audiência pública conduzida pelo senador Paulo Paim (PT), que expôs o Projeto de Lei 271/2008, que implementa o Estatuto do Motorista. A ferramenta abordará itens como carga horária, aposentadoria especial, tempo de direção e paradas obrigatórias, entre outros. O senador defende que o estatuto seja debatido também com os outros países da América do Sul. “A ideia é que se tenha uma legislação semelhante em todas as nações vizinhas”, afirma Paim.
O presidente da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), José Carlos Becker, concorda que o estatuto do motorista deve ser abrangente. Ele argumenta que uma normatização que não compreende toda a atividade de transporte significa perda de receitas para as empresas. O dirigente acrescenta que, no momento em que o Brasil, maior país da região, formatar uma regulamentação sobre esse cenário, servirá de modelo para as outras nações, como Argentina, Uruguai e Paraguai.
Becker lamenta que o Mercosul, em termos de importação e exportação, esteja aquém do que os empresários desejam e espera que novas normas possam agilizar o processo aduaneiro. “Um caminhão que poderia ir de São Paulo a Buenos Aires dentro de seis dias às vezes leva até doze dias, há muitas legislações que não avançaram e órgãos intermediários envolvidos no processo”, comenta o presidente da ABTI.
Apesar dos vários assuntos abordados na recém-encerrada Transpo-Sul deste ano, o presidente do Setcergs já antecipa prováveis debates para a próxima edição. Silvano destaca que as novas motorizações e os combustíveis mais limpos que a legislação imporá a partir de 2012, para reduzir as emissões dos caminhões, serão discutidos. Ele recorda que alguns veículos chegam a rodar hoje com um diesel com até 1.800 ppm (partes por milhão) de enxofre e esse índice passará, a partir de janeiro, para 50 ppm. O dirigente aponta que a nova tecnologia implicará aumentos de custos. “O setor do transporte está com medo de pagar essa conta, então terá que ocorrer algum ajuste com o governo, uma redução de impostos”, argumenta Silvano.
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