A JAC Motors chegou ao Brasil em 2010, mas só iniciou suas operações em 18 de março deste ano. Em apenas quatro meses de atuação no mercado brasileiro, mostrou uma trajetória meteórica. Em abril, a empresa conquistou a segunda colocação no ranking entre marcas importadas no País (não inclui veículos vindos do Mercosul e do México), ficando atrás apenas da coreana Kia Motors, líder do segmento, posição que é mantida até hoje - no segundo mês de vendas, comercializou um volume de 2.095 veículos, desbancando 30 outras marcas estrangeiras filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).
A montadora, representada aqui pelo grupo brasileiro SHC, fez o lançamento oficial da rede com a inauguração simultânea de 50 revendas (35 próprias), que devem chegar a 80 concessionárias este ano. Até o final de 2012, a empresa espera contar com 150 distribuidores, cobrindo 72% das maiores cidades brasileiras – hoje, está presente em 45% dos municípios que mais vendem automóveis no mercado.
Atualmente, a linha JAC é integrada por apenas dois compactos, o hatch J3 (carro-chefe de vendas) e o sedã J3 Turin. A empresa deve lançar mais três outros veículos nos próximos meses, ampliando seu portfólio para cinco modelos. Em agosto, chega a minivan J6 (de cinco ou sete lugares); no início de 2012 é a vez do sedã médio-grande de luxo J5 e, logo depois, em meados do próximo ano, o subcompacto J2, que já deverá herdar o futuro motor 1.4 16V flex do J3.
Superando a previsão inicial de vendas, no acumulado do primeiro semestre deste ano a montadora chinesa (em apenas três meses e meio de atividade) comercializou 8.568 veículos. Deste total, 5.336 unidades foram do J3 e 3.225 do J3 Turin, além de sete unidades da minivan J6 (importada para testes).
Diante desse desempenho positivo, a JAC decidiu rever sua estratégia para o mercado brasileiro e ampliou a projeção de vendas em mais 10 mil unidades para este ano. “O sucesso do J3 aumentou a nossa expectativa para 45 mil unidades até o fim de 2011, o que nos garantirá uma participação de 1,3% no mercado nacional”, afirmou Sergio Habib, presidente da JAC Motors Brasil e do Grupo SHC. Segundo o executivo, o objetivo da JAC é conquistar 3% do mercado nacional dentro de dois anos, quando deverá estar vendendo algo em torno de 100 mil veículos anuais. Esses números viabilizariam a instalação de uma fábrica no Brasil. No momento, existem apenas estudos, mas a JAC considera desde a sua chegada a possibilidade de ter uma unidade industrial no País.
Pelo ritmo de vendas, a previsão deverá se concretizar em curto prazo. Apesar de a matriz ter anunciado recentemente a construção de uma linha de montagem de veículos pesados na Argentina, a filial brasileira confirma que não tem interesse em trazer caminhões ou veículos comerciais para o Brasil. “A prioridade é construir uma rede de concessionárias estruturada, o que leva algum tempo. Quando atingir um volume de 100 mil unidades por ano é o momento de se pensar em uma fábrica”, diz o empresário. A previsão do executivo é de que, juntas, as marcas chinesas deverão responder por cerca de 5% dos carros vendidos no País, dentro de três ou quatro anos. “Não haverá uma invasão de chineses no Brasil.”
A representante brasileira da marca está vinculada à Jianghuai Automobile Co. (de onde vem o nome JAC), empresa estatal de capital misto com ações na bolsa da China, sediada na província de Anhui. A montadora foi criada em 1964, como fabricante de caminhões, e há apenas 10 anos começou a produzir automóveis – o mix de produção, segundo a empresa, se divide em 20% de veículos pesados e 80% de carros de passeio e comerciais leves. Atualmente, a JAC chinesa é a segunda maior fabricante estatal independente (sem a participação ou parceria de outras marcas globais) do país asiático, depois da Chery.
Em 2010, a JAC chinesa produziu 200.730 carros de passeio, 212.124 comerciais leves e 26.473 veículos pesados (ônibus e caminhões). A montadora exportou no ano passado, 22.818 veículos para Chile, Algéria (África) e Peru. No primeiro semestre de 2011, embarcou 10.137 automóveis para o Brasil, que este ano passou a ser o segundo maior mercado da JAC no mundo.
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