Há muitos anos o consumo tornou-se um imenso e complexo campo de observação e estudos. No entanto, definir a palavra consumo é um desafio cada vez maior em que tudo é consumível e consumido. Mais difícil ainda é prever o que acontecerá ao que conhecemos hoje como consumo de bens materiais e imateriais.
Temos o excesso de consumição, atrelado a nossa necessidade de ser e pertencer a este mundo. Por outro lado, apresentamos um consumo mediado, não apenas material, mas partilhado, significado e apropriado por critérios específicos de cada cultura e que nos auxilia a viver nessa sociedade cada vez mais populosa.
Difícil afirmar quando ocorrerá e de que maneira, mas o consumir caminhará, ainda que lentamente, para uma nova era. Atenção, conhecimento, confiança e economia de tempo serão os bens mais valiosos que as empresas poderão proporcionar com sucesso.
O modo como se consume sempre esteve em mutação e o tecido conjuntivo de nossa sociedade se transmuta muito rapidamente. Nesse cenário em que a economia criativa se instala, inicia-se um dos maiores movimentos do futuro, segundo a revista norte-americana Time: o consumo coletivo ou colaborativo.
Com a crise econômica que afetou a bolsa de valores nos EUA surgiram sites e blogs de pessoas, oferecendo bens que não utilizavam mais, em troca de outros bens que precisavam. O ato de pensar mais antes de comprar algo novo passou a ser uma medida importante num cenário de escassez. A queda na economia aliada à disseminação da banda larga e surgimento das redes sociais revitalizaram a prática do escambo por meio de formatos criativos de oferta.
E assim, novos modelos de negócios surgem para atender a essa demanda de consumo.
É o caso da empresa NetFlix nos EUA, uma plataforma de distribuição de conteúdo sob demanda mediante pagamento, que acontece sem a participação direta dos operadores de TV de cabo. Este ano, a NetFlix ficou em 8º lugar no ranking das 50 Empresas Mais Inovadoras do Mundo, promovido pela revista Fast Company.
Alguns anos atrás, o ato de conseguir descontos nas lojas era conhecido como “pechinchar”, agora, chama-se compra coletiva e atrai milhões de pessoas. O Grupon, maior site de compras coletivas do mundo, apresentou um faturamento global superior a US$ 500 milhões.
Outro modelo de negócios para o consumo coletivo aqui no Brasil é o INIO (I need, I offer). A proposta é pioneira e contempla a utilização consciente de serviços. O cliente que precisa de uma prestação de serviço, mas não dispõe de recursos financeiros para contratá-lo, pode apresentar sua necessidade juntamente com o que tem a oferecer em troca.
A ideia é estimular o consumo consciente, abrindo mão daquilo que não é mais essencial para as pessoas, mesmo que temporariamente, em troca de bens ou serviços que são fundamentais.
Novas formas de consumir criam uma nova cultura, mais criativa, próxima à troca e compartilhamento colaborativo, revitalizando o espírito do nosso tempo de viver cada vez mais em rede.
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