Um ano depois da abertura do mercado de cartões no Brasil, a competição no setor parece estar mais branda, na visão do presidente da Cielo, Rômulo Dias. A dinâmica da concorrência teve forte impacto na receitas da empresa no quarto trimestre de 2010, mas apresentou um arrefecimento nos primeiros seis meses deste ano.
Isso não quer dizer que o mercado não continuará aquecido. Em teleconferência com analistas na manhã desta quarta-feira, Dias afirmou que o volume financeiro de transações em cartões de crédito e débito da Cielo deve crescer de 19,5% a 21,5% no segundo semestre, com valores de R$ 168,8 bilhões a R$ 171,7 bilhões. Entre janeiro e junho, o incremento foi de 20,5%, totalizando R$ 144,8 bilhões. A competição mais branda irá permitir uma redução da taxa de desconto líquida cobrada dos lojistas.
Para os cartões de débito a taxa deverá cair de 119 pontos-básicos no primeiro semestre para algo entre 112 e 116 pontos na segunda metade do ano, de acordo com as expectativas da Cielo. Para os plásticos de crédito, a taxa de desconto será de 70 a 73 pontos-básicos, inferior aos 75 pontos no primeiro semestre.
Os investimentos em terminais eletrônico da adquirentes que transacionam as vendas (POS), no entanto, continuarão crescentes e devem mais do que dobrar de julho a dezembro em relação ao visto na primeira metade de 2011.
O fim do domínio de Cielo e Redecard como processadoras de pagamentos eletrônicos no País foi marcado por renegociação de contratos com lojistas. Muitos acordos ainda estão sendo renegociados, um ano depois.
Apesar de mais intensa no final de 2010, o aumento da concorrência teve impacto nos números da Cielo do segundo trimestre deste ano, anunciados na noite de terça-feira. Entre abril e junho, as despesas operacionais tiveram um aumento de 16,2% sobre o mesmo período de 2010.
"Os custos e as depesas cresceram a taxas superiores às receitas, que causou impacto no lucro líquido", afirmou o vice-presidente executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores, Clovis Poggetti Junior.
A companhia teve lucro líquido de R$ 423,6 milhões no segundo trimestre, queda de 7,5% em relação ao obtido no mesmo período do ano passado. As ações da Cielo recuavam 2,55% às 13h28, cotadas a R$ 41,30, enquanto o Ibovespa cedia 1,32%, apesar de a empresa vislumbrar um cenário menos adverso de competição adiante.
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