Elas movimentam 20% do PIB brasileiro, crescem até 30% ao ano e vão abocanhar até R$ 30 bilhões em oportunidades com a Copa de 2014.
Oferecem remuneração agressiva e perspectiva de crescimento rápido de carreira, desejo de nove entre dez profissionais da geração Y.
Entre os especialistas, não há dúvidas. Pequenas e médias empresas nunca estiveram tão atraentes e já representam um desafio para a retenção de talentos das grandes companhias.
"Até pouco tempo, muitos profissionais queriam ter a grande empresa como seu sobrenome. Mas hoje a possibilidade de fazer a diferença com um projeto já atrai mais do que o nome", diz Marcos Hashimoto, do Centro de Empreendedorismo do Insper.
Foi isso que transformou a rotina da paulistana Claudia Neufeld, 35. Ela trocou as salas de reunião da Unilever --onde foi de trainee a diretora global de marketing de cremes dentais-- pela Digipix, "startup" (empresa iniciante) de álbuns digitais com faturamento pouco acima de R$ 10 milhões.
"Não ter resposta para tudo é um tanto desconfortável, mas o desafio de aprender motiva muito", diz Claudia, que encarou o desafio do comércio eletrônico, tão diferente do varejo de bens de consumo onde estava.
Outros casos como os da executiva começaram a ficar mais populares após a crise.
Segundo Carlos Eduardo Altona, sócio da Exec Partners, especializada em recrutamento, com a orientação para corte de custos muitas multinacionais puxaram o freio de mão e aceleraram a transição dos profissionais.
O desenvolvimento de pacotes atraentes de remuneração também contribuiu.
RECOMPENSA
As pequenas e médias já estruturam programas de recompensas com bônus anuais superiores aos das grandes. Para o nível de diretoria, algumas empresas já oferecem até dez salários (ante seis salários numa grande empresa), além de participações minoritárias na sociedade.
"Autonomia e velocidade na tomada de decisão também estão entre os atributos considerados. Muitas vezes existem apenas uma ou duas camadas de decisão até o presidente", diz Altona.
Foi agilidade um dos motivadores para o engenheiro Jack Sterenberg, 49, deixar uma posição de diretoria na subsidiária da gigante Oracle para assumir a direção-geral da Dimension Data, de integração de sistemas de tecnologia. No mundo, a companhia fatura US$ 5 bilhões, mas no Brasil ainda está em fase de crescimento.
"As empresas muito grandes viraram elefantes gigantescos, enquanto os clientes querem flexibilidade."
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