Apesar da alta dos combustíveis, mês registrou queda segundo o índice do Dieese; alta acumulada nos últimos 12 meses é de 7,33%
São Paulo – Apesar da alta dos combustíveis, o Índice de Custo de Vida (ICV) da cidade de São Paulo foi de 0,80% em abril, 0,11 ponto percentual menor que o ICV do mês de março (0,91%). O dado foi divulgado hoje (5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Um dos grupos que mais colaboraram para o aumento da inflação foi o transporte, com alta de 3,33%. Segundo o Dieese, o aumento em transporte ocorreu apenas no subgrupo individual, já que não houve alta no transporte coletivo. O que contribuiu para isso foram os reajustes dos combustíveis, que passaram de 5,20% em março para 8,15% em abril. O aumento se deu tanto no álcool (12,07%) quanto na gasolina (6,66%).
Além de transporte, outros grupos que colaboraram para a inflação foram saúde (1,05%) e alimentação (0,26%), que, juntos com transporte, representam mais da metade (58,50%) dos gastos familiares.
Em saúde, o aumento se deu principalmente por causa dos medicamentos e dos produtos farmacêuticos (4,37%), com os remédios sofrendo reajustes entre 2,28% e 6,04%.
Em alimentação, houve alta nos produtos da indústria alimentícia (0,56%) e alimentação fora do domicílio (0,64%).
O ICV de equipamentos teve queda (0,79%), com deflação nos subgrupos eletrodomésticos (-1,05%) e de móveis (-1,10%)
A inflação geral acumulada nos últimos 12 meses, entre maio de 2010 e abril de 2011, ficou em 7,33%. Nos quatro primeiros meses do ano, a inflação geral acumula alta de 3,44%.
Dos dez grupos que fazem parte do ICV, dois apontaram taxas superiores ao índice geral acumulado dos quatro primeiros meses deste ano: transporte (9,84%) e educação e leitura (5,34%). Taxas menores que o índice geral acumulado ou negativas foram encontradas em saúde (1,87%), habitação (1,64%), vestuário (0,74%) e equipamentos (-1%).
Já no acumulado dos últimos 12 meses, dois grupos apresentaram taxas superiores ao índice geral: transporte (11,55%), puxado principalmente pelo reajuste no álcool (46,63%) e alimentação (9,55%), com alta nos produtos in natura e semielaborados (10,89%) e na alimentação fora do domicílio (13,04%).
Segundo o Dieese, entre dezembro de 2010 e abril de 2011, tanto os preços da gasolina quanto do álcool subiram, mas o aumento do álcool foi maior, atingindo uma participação sobre o preço da gasolina de 81,7%. Para o órgão, isso sugere que a alta acentuada no preço da gasolina, a partir de março deste ano, tem como origem não somente a composição de álcool na gasolina, como também a pressão feita pelo aumento da demanda por este combustível pelos proprietários de veículos flex.
Para o Dieese, a entrada da safra da cana, em maio, e a queda na demanda por etanol podem resultar em diminuição dos preços de ambos os combustíveis.
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