John Danahoe, CEO do eBay e do PayPal, esteve no Brasil na semana passada. Cumpriu o protocolo dos executivos que vêm ao País: se disse um pouco brasileiro, elogiou alguns costumes (falou que entendeu porque os cães daqui são mais felizes) e comprovou, com números, porque é sua empresa quer tanto crescer por aqui. O Brasil é a prioridade para o eBay e o PayPal agora, disse Danahoe durante um evento na semana passada em São Paulo.
O PayPal é um sistema de pagamentos que permite que se pague com apenas um clique – ele é atrelado a bancos locais e às principais bandeiras de cartão de crédito. John Danahoe não economizou adjetivos e chamou o PayPal de “futuro do dinheiro”, um grande banco online que tem o potencial de desenvolver tanto pequenos vendedores quanto grandes magazines e de aproximar mercados e países.
O serviço iniciou suas operações no Brasil no ano passado e já tem 2,5 milhões de usuários. Mas quer crescer mais e mais.
Danahoe falou para uma plateia composta por profissionais, empresários e desenvolvedores da área de e-commerce. Para demonstrar o potencial do sistema de pagamentos, ele sacou o celular e se logou no PayPal. Reclamou da velocidade da conexão 3G, mas em três cliques comprou uma camiseta de futebol para os filhos. “Essa camiseta será entregue na minha casa, nos EUA, e o vendedor não sabe nenhum dado sobre mim”, disse.
O CEO fez a compra para mostrar que, sim, o sistema de pagamentos encurta as distâncias ao permitir compras entre qualquer vendedor e comprador do mundo. Foi isso, segundo ele, que permitiu que a empresa crescesse e atingisse a marca de 92 bilhões de volumes já vendidos.
Para possibilitar sua atuação transnacional, o PayPal se conecta a instituições bancárias locais, permitindo que pequenos comerciantes possam vender para qualquer pessoa no mundo. “E os consumidores têm mais possibilidade de comprar o produto. Porque você não compartilha suas informações pessoais com ninguém. Coloca isso online, e nada pessoal é compartilhado com o vendedor”, completa o entusiasmado CEO.
Por enquanto, no Brasil, o PayPal funciona com a Visa e, mais recentemente, com a Mastercard. Um dos pré-requisitos para a chegada do sistema de pagamentos por aqui foi a possibilidade de se fazer compras parceladas – já aceitas no serviço. Por isso, diz Danahoe, o PayPal é o futuro do dinheiro: “A ferramenta permite que se compre qualquer coisa, de qualquer lugar, a qualquer momento”. Para crescer no País, o PayPal estuda a possibilidade de compras até por SMS, para possibilitar transações móveis por celulares simples – estratégia que mira direto nas classes C e D.
O eBay, dono do PayPal, cresceu 7,6% no País em 2010. São 23 milhões de brasileiros consumidores em potencial. Entre os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China, países de economia em desenvolvimento que tiveram rápido crescimento no cenário internacional), o Brasil é o país em que as pessoas mais passam tempo navegando – o que, em se falando de e-commerce, é uma oportunidade constante de negócios. Agora, para Danahoe, a principal tendência na área de e-commerce, foi a demonstrada por ele: é a possibilidade de comprar pelo celular. E novas tecnologias, como a NFC (Near Field Communication), por exemplo, podem estreitar ainda mais os limites.
A meta do PayPal é ser uma “carteira digital” para comprar de produtos físicos no eBay até créditos em games ou no Facebook. “A distinção entre o online e o offline está acabando”, disse Danahoe. “Se eu gostar do seu sapato, eu posso ter um app no celular que, a partir da foto do produto faz a compra no eBay. Isso vai mudar a maneira como as pessoas compram, e nós já estamos presenciando isso”.
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