quinta-feira, 22 de março de 2012

Mostrar salários da propaganda ajuda os estudantes, diz sindicato

Fora as polêmicas em torno da divulgação de cargos e salários de quem trabalha com propaganda na capital paulista, há outra questão a ser vista: quem, além dos que já estão no mercado, se interessaria por essas informações? A resposta pode estar dentro das universidades.


Para
Marcos Gimenez Queiroz, diretor secretário geral do Sindicato dos Publicitários de São Paulo, o documento publicado pela entidade derruba um pouco do glamour em torno da área e pode fazer com que os estudantes mantenham os pés no chão.

"Imagine os olhinhos dos caras quando eles perceberem", mencionou ele, em entrevista ao
Adnews. Como professor universitário, coube a Queiroz visitar as faculdades de Comunicação, Publicidade e Propaganda com a revista O Publicitário em mãos para mostrar a quem está do lado de fora o que acontece do lado de dentro.

"A propaganda, nós sabemos, é uma pérola. Todo mundo gostaria de ser publicitário pelo glamour, os salários são bons, existe todo um fetiche em cima dessa categoria e na realidade não é bem assim", explica. "Nós, que vivemos no meio, temos uma noção que são poucas as pessoas que ganham muito bem e muitas pessoas que não ganham tão bem assim, embora façam coisas maravilhosas, principalmente na área de Criação."


De acordo com o professor, quase todos começam o curso para tentar uma vaga entre os criativos. São os que ganham mais, com uma média salarial de R$ 8,2 mil, como mostra o Projeto Cargos e Salários. Mas áreas como Administração, Atendimento, Planejamento e Mídia também concedem ganhos altos e os estudantes podem começar a olhar mais para isso a partir de agora.


"Se ele não tiver o dom de escrever, de criar, poderá ser muito bom no Atendimento, ganhar bem na área de Mídia, ser um bom administrador. A propaganda é muito grande e essa pessoa poderá trabalhar também em veículo, não precisa ficar focada em Criação."


O estudante, na concepção dele, não deve escolher em que vai atuar com base nos ganhos, mas na afinidade: "Tem que fazer aquilo que gosta, porque assim faz com prazer e ainda é pago por isso."


Nesse sentido, os dados divulgados pelo Sindicado não servem especificamente para dar base à escolha de função. Seriam um aditivo para barganhar e conhecer os direitos na profissão, já que o candidato a uma vaga pode questionar o empregador ao se deparar com salários abaixo do padrão ou cargos desdobrados sem explicação. "Quando você tem informação é difícil ser enganado", assegura Queiroz.

 
Entenda mais sobre o Projeto Cargos e Salários clicando aqui.

Por Leonardo Pereira

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