As taxas cobradas na venda de imóveis não possuem lei específica que as regulamente e, quando questionadas judicialmente, tiveram resultados favoráveis e contrários ao consumidor.
Sem jurisprudência pacificada, discussões sobre cobranças nos tribunais com inícios semelhantes podem ter fins diferentes.
O Tribunal de Justiça de São Paulo possui, por exemplo, decisões favoráveis e contrárias à taxa Sati.
Há casos em que é classificada como venda casada, com a justificativa de que "a prestação de serviço de assistência técnico-imobiliária estava vinculada à assinatura da aquisição de imóvel".
No mesmo tribunal, a cobrança foi considerada legal. Nesse caso, é sustentado que tratou-se de uma prestação de serviços comum e que "os autores assumiram o ônus do pagamento, tanto assim que receberam os recibos".
Outra taxa que causa polêmica no Judiciário é a de corretagem. Como cobrar o valor do comprador ou do vendedor depende de acordo entre as partes, as decisões levam em conta se o assunto foi tratado ou "empurrado" para o consumidor.
Quando a cobrança do consumidor é considerada regular, a justificativa para a taxa de corretagem está no trabalho do corretor, que deve ser remunerado por quem buscava o imóvel.
A decisão em favor do comprador pode ser tomada quando a compra é feita em estande de vendas. Dessa maneira, desembargadores já julgaram que o pagamento cabe "ao incorporador, que colocou no local a equipe".
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Confira os motivos de discórdia sobre a cobrança de serviços e custos |
REGISTRO
Para se defender de acusações, empresas alegam que o comprador concordou com todos os termos do contrato por tê-lo assinado.
No entanto, o advogado Bernardo Brandão explica que o código do consumidor prevê que qualquer cláusula pode ser anulada "caso gere vantagem excessiva para uma das partes".
Mesmo podendo discutir depois, a dor de cabeça de entrar na Justiça pode ser evitada se a euforia de fechar o negócio for deixada de lado durante a análise do contrato, aconselha a especialista em direito imobiliário Mirelle Ottoni.
A discussão prévia com a construtora, apontando dúvidas ou problemas no contrato, é a melhor medida.
Se isso não acontecer, especialistas recomendam assinar o documento deixando claro do que discorda. O registro pode ser feito em e-mails para a empresa questionando as taxas.
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